Via Franca

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sexta-feira, 17 de julho de 2020

Quarentena - 17º dia

Dezessete de abril... Sexta-feira...
Seu Edercides, o "faz tudo", curioso e insistente por natureza... Aproveitava tudo o que podia. Algo só era jogado fora, se não tivesse recuperação ou nenhum reaproveitamento, mesmo fora da sua função original... O conceito ecológico já estava embutido na cabeça e na consciência do meu pai, desde que ele se conhecia por gente.
Por um bom tempo, até parafusos e porcas que ele encontrava na rua, levava para casa, pois "sempre poderia ser útil"... Tenho até hoje um prego de dormente de estrada de ferro, no caso da Mogiana, que ele achou na década de 80, próximo da pracinha da Jussara (só quem é de Franca entende esta referência, rsrs).
Outra coisa legal era levar o jornal do escritório da Usina de Laticínios para casa, no final do expediente... Mesmo autorizado pelos diretores, ele esperava todos saírem para ter a certeza que ninguém mais iria ler ainda algum dos cadernos da Folha de São Paulo... Em Franca eram poucos lugares que tinham este privilégio, pois chegavam poucos exemplares do matutino, geralmente no ônibus da Cometa, já no final da manhã... Lembro-me que ficávamos eu e a minha irmã do meio, a Eliane, aguardando a chegada dele, após às seis da tarde, com o calhamaço de notícias, informações e entretenimento, que aproximava a capital dos quatrocentos quilômetros da nossa cidade. Quando ele emorava um pouco mais para chegar, já sabíamos que ele estava esperando a última pessoa sair de lá, para ter certeza que o jornal estaria liberado... Nunca perguntava se podia levar, antes de todos saírem (repito, mesmo tendo a autorização dos donos da Jussara para ficar com o jornal do dia).

Em construção.


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