Via Franca

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quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Testes do Facebook - o que há por trás deles


Tem me incomodado muito o excesso de testes que aparecem na minha timeline do facebook. É gente mudando de sexo (o "teste do gênero" é a bola da vez, o mais popular deles), mostrando como seria se fosse mais velho, que artista é em Hollywood (seria legal se tivesse um de Bolywood, rsrs), qual animal é a sua cara metade, que amigo é mais truta, etcétera e tal... A barra vai rolando e só aparecem mais e mais amigos e conhecidos narcisisticamente mostrando-se em montagens, que além de patéticas, não deixam de ser ridículas. Mas, a rede social é para isso mesmo, já que além das enxurradas de fake news, serve também para declarações de amor, divulgação do que anda comendo (adoro as fotos de "pratos de comida", rsrs), polêmicas de assuntos mil, check ins em qualquer lugar, divulgação do blog (hehehe), fotos com família, pets e famosos, vídeos sobre nada, entre tantas outras coisas... Eu mesmo, no ano passado entrei neste barato, algumas vezes, quando caí na tentação de saber quais as palavras que eu mais havia usado na rede. Mas, ao entrar no site que deixaria arrolar isto, eu deveria "conectar-me ao Facebook" para obter autorização que me permitia verificar o resultado final (e divulgá-lo, é claro).
Como quase todo mundo faz e sem ler as regras, concordando com a política de privacidade da empresa (no caso das "palavras mais usadas" era a Von Von), autorizei ela a ter acesso aos meus dados pessoais que estão armazenados no perfil do "livro da face".
Inclusive, o objetivo destes testes é este mesmo, de conseguir acessar informações íntimas dos usuários, como nome, fotos, idade, gênero, data de nascimento, lista completa dos amigos, postagens no feed de notícias, histórico educacional, localização, lista de conteúdo curtido, endereço de IP, modelo do seu celular ou PC e dispositivos usados para acessar a rede social.
Em muitos termos que concordamos e não lemos, há autorizações para as empresas armazenarem estas informações pelo tempo que desejarem e até compartilharem (ou venderem) para terceiros.
O que agrava ainda ais estes casos, é que muitas delas são estrangeiras, ou seja, tem sede em outros países, o que dificulta ainda mais a ação de órgãos regulatórios ou no caso de problemas individuais, a busca por soluções na justiça. Só para exemplificar, a Kueez que faz o mais divertido e popular dos testes atuais, o de mudança de gênero (como "eu me pareceria se fosse do sexo oposto"), pertence à uma empresa com sede em Israel, a Yoto Media Group.
Já ciente de tudo isso e com preocupação do uso que os meus dados pessoais possam ter, não faço mais estes testes, que parecem inofensivos, mas podem estar transferindo informações pessoais não só para empresas de publicidade (vai saber para onde estão indo).
No caso, para evitar algum transtorno futuro ou até mesmo excesso de propagandas indesejadas, recomendo não mais fazer (a minha página ficaria menos poluída, rsrs), mas quem já caiu na tentação, o site da Uol tem uma dica interessante de como evitar que mais dados sejam armazenados. Basta desatrelar o seu perfil do Facebook destes aplicativos. Em alguns deles, há até a possibilidade de entrar e desautorizar o uso dos dados, mas não existe nenhuma garantia que a empresa cumprirá o "acordo".
E, lembrando, ao usarmos a rede social já autorizamos a guarda e o uso de tudo que postamos. Então, não adianta publicar aqueles textões de "não autorizo o Facebook a divulgar e compartilhar, etc, etc, etc...", pois você já permitiu que a empresa de Mr. Zuckerberg fizesse o que bem entendesse da nossa vida divulgada e tabulada lá...


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