Via Franca

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sábado, 28 de julho de 2018

Mudanças radicais


Vim de uma viagem de duas semanas pelo interior dos Estados Unidos, tendo como base, principalmente, a cidade de Denver no Colorado.
Observei um sistema eficiente de deslocamento, onde pedestres, bicicletas, carros (que são muitos) e ônibus dividem harmoniosamente o espaço público. Senti-me seguro, mesmo me deslocando "madrugada à dentro" e hospedando-me em um hostel em plena área de consumo de drogas na cidade. Vi uma grande quantidade de museus e espaços culturais, em que haviam espaços para interatividade do público, majoritariamente infantil e adolescente, nas suas instalações (pelo menos naquele que entrei).
Praças bem cuidadas, com ajardinamento impecável, tanto no centro quanto na periferia (rodei bem pelas áreas suburbanas de Denver). Inclusive, no seu centro cívico, centenas de "homeless" dividiam o espaço dos jardins com diversas famílias, sem nenhum conflito aparente.
Observei várias bibliotecas também, mesmo a cidade sendo bem conectada pela rede de internet sem fio.
Várias quadras esportivas, bem cuidadas e ocupadas constantemente pelos moradores dos arredores. Uma delas, incluisve, me chamou a atenção por ocupar de maneira criativa um terreno "quase em L".
Haviam também muitos bares, restaurantes variados e cervejarias de produção artesanal e local. Uma rua é sempre fechada no sábado à noite para ser ocupada por mesas e clientes de diversos restaurantes do local (a Laramie st.). Também há um ônibus gratuito (isso mesmo gratuito) que percorre toda a rua 16, finalizando o seu trajeto na Union Station, uma estação de trens com terminal de ônibus agregado. Neste ônibus GRATUITO circulam não só executivos, famílias de turistas e trabalhadores em geral, os "homeless" o usam também para fazer o seu deslocamento. Sem conflito algum, sem constrangimento para ninguém... Há também diversos banheiros públicos espalhados pela cidade. alguns deles são móveis, funcionando dentro de carretas que se movimentam para atender a demanda que varia muito conforme os vários dias da semana.


Os grandes centros de compra (estilo shopping center) estão fora da área central ou mais povoada, na periferia mesmo, impactando menos as áreas de maior concentração de pessoas.
Não usei o sistema de saúde, mas vi um morador de rua caído no chão, provavelmente embriagado, e três paramédicos com uma ambulância prestando atendimento a ele.
Vi bem poucos policiais na rua, mas como disse anteriormente me sentia muito seguro.
Poderia escrever uma resma de folhas a respeito do que vi e me impressionei nesta cidade de mais de 700 mil habitantes (um pouco maior que Ribeirão Preto, no interior paulista), mas o que me motivou a redigir este post foi a maneira como os seus cidadãos respeitam-se a si mesmos e ao espaço coletivo. Fiquei impressionado, pois mesmo tendo uma relativa leitura sobre o interior dos Estados Unidos, criei um esteriótipo do "americano comum" (não vou entrar em questões políticas e econômicas) que foi foi quebrado nesta viagem.
Daí, fiz a transferência destas impressões com o que vivemos nas cidades médias e grandes do Brasil.
Tomo por base, Guarulhos... Uma das maiores economias do estado (quiçá do país) praticamente abandonada pelo poder público há várias gestões e com uma população que não tem o mínimo de compreensão do seu papel para reverter este quadro.
Não temos ciclovias, o transporte público é caro e de péssima qualidade, hospitais e escolas públicas carecem de melhor estrutura e atendimento, tem um dos piores índices de violência e criminalidade do estado, quase não há espaços de esporte, lazer e cultura (principalmente na periferia) e é um dos pontos de maior concentração de favelas e moradias de baixa salubridade do país.
E o que me espanta mais é que a sua população não busca melhorias e soluções para problemas gritantes de infraestrutura. sequer há um senso de coletividade, uma noção da importância da convivência entre os próximos.
Penso que, se tivesse uma maior consciência coletiva, onde as pessoas enxergassem o espaço público, a cidade, como extensão das suas casas, teríamos uma urbe mais eficiente e justa. O ódio de classes, as rivalidades políticas, a ojeriza de certos grupos ficariam em segundo plano se a cidade fosse, de fato, ocupada por todos os seus moradores. Guarulhos não pertence a meia dúzia de famílias... As áreas centrais não são de uso restrito de uma classe específica!!!
Conviver, ocupar espaços comuns, trocar experiências e vivências é necessário para o crescimento social. Isso tudo deveria começar na família e ter na escola, na educação um reforço para a cooperação e convivência sem restrições, exclusões ou intolerância.
A cidade é de todos, sem exceção.
Temos que fazer uma verdadeira revolução para que as próximas gerações possam conviver em uma cidade inclusiva, mesmo que tenha ainda variações sociais gritantes. Cabe à sociedade estabelecer esta mudança e também esta concepção de ocupação do espaço urbano.
E, para mim, deve vir da periferia, como num fogo colocado em um terreno, da lateral para o centro, protegendo com um aceiro aquilo que não tem que ser "incendiado", que é a Serra da Cantareira, a nossa riqueza natural, que ainda é pouco explorada como área de estudos e lazer pela própria população da cidade.
O poder público tem por dever iniciar este processo de uso coletivo do patrimônio urbano... Aqueles que se opuserem tem que entender que todos ganharão com uma melhor distribuição de recursos públicos e também com o aparelhamento da nossa grande periferia. E a própria população, a massa que move e se movimenta na cidade tem que mudar a sua visão da proteção e ocupação dos espaços públicos. Exigir a construção e cuidar da preservação do "bem comum". Dessas ações é que vem a prática da cidadania e da democracia.
A mudança começa no nosso comportamento. Vizinho cooperando com vizinho... Bairro interagindo com outros bairros... E toda uma cidade cuidando do seu patrimônio maior, que são os seus habitantes.
Sim, precisamos de mudanças radicais nos nossos hábitos e concepções e não somente novos candidatos e discursos bem elaborados para o período eleitoral...

sexta-feira, 27 de julho de 2018

Começa amanhã mais um campeonato paulista de basquetebol


Começa amanhã, dia 28 de julho mais um campeonato paulista da série A1 de basquetebol, com 10 equipes. Da cidade de São Paulo tem o atual campeão Paulistano/Corpore, o Esporte Clube Pinheiros e o reestreante Sport Club Corinthians Paulista, além do Mogi/Helbor e o Basquete Osasco, que não são da capital, mas estão ali bem pertinho nas cidades de Mogi das Cruzes e Osasco, respectivamente. Do interior aparecem outras cinco equipes: o América/Unirp/SMELL de São José do Rio Preto, a Liga Sorocabana de Basquetebol, o São José Basketball, o Sendi/Bauru Basket e o super time da minha querida cidade SESI/Franca Basquete.
Claro que muitos times e cidades super tradicionais na história do campeonato paulista não estarão presentes, mas estas dez equipes são bem fortes e farão um campeonato bem equilibrado, mais uma vez.
Será dividido em duas fases, onde na primeira um time jogará contra todos os outros em jogos de turno e returno. Os dois primeiros colocados se classificarão automaticamente para a segunda fase, enquanto os colocados entre o 3º e o 6º lugares disputarão mais duas vagas nas semifinais, em confronto direto. Da semifinal sairão os dois finalistas que disputarão uma série de melhor de três partidas para verificar quem será campeão.
O jogo de abertura será na cidade de Osasco, no Ginásio Sebastião Rafael da Silva ("Geodésico), às 15h, entre o Basquete Osasco e o SESI/Franca Basquete. A fase de classificação se estende até o dia 22 de setembro.
Em alguns ginásios não há cobrança de ingresso.
Vale muito a pena curtir os astros do nosso basquete, com equipes que tem destaque nacional e sulamericano.