Via Franca

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sábado, 29 de dezembro de 2018

Exposição mostra a influência do pintor renascentista Rafael


Até o dia 13 de janeiro, o Centro Cultural Fiesp, na avenida Paulista, traz a exposição "Rafael e a definição da beleza", que mostra a influência e a importância do mais jovem renascentista da trindade encabeçada por Michelângelo e Leonardo da Vinci, o pintor Rafael de Urbino (1483-1520) na arte daquele período.
O jovem artista combinava com maestria as formas da Antiguidade Clássica e a expressão intensa da natureza humana, definindo um novo ideal de beleza para a época e também para os períodos seguintes. Nos quadros e pinturas de rafael a rigidez da proporção matemática, muito valorizada nos séculos anteriores, dá lugar à leveza e maciez dos contornos humanos, da harmonia das cores, da composição de cenas, variedade das fisionomias e elegância dos gestos, encarados como um novo padrão de beleza e admitidos como "graça" pelos críticos do período.


A exposição traz quadros, montagens virtuais de afrescos, tapeçarias, esculturas não só do artista, como de vários precursores e seguidores do estilo desenvolvido n Renascimento.
É encantadora e nos deixa boquiabertos com a perfeição de certos traços e composições, além de ser bem didática. Reforça ainda mais a vontade de conhecer (ou voltar) à Itália para ampliar o olhar sobre a expressividade das composições e retratos.
Vale a pena...
Centro Cultural Fiesp - Galeria de Arte
Avenida Paulista, 1313 (estação Trianon Masp, da linha verde do metrô)
De terça a sábado das 10h às 22h e domingos das 10h às 20h
Até o dia 13 de janeiro
Entrada Gratuita









Mercadão de Franca

Na quinta-feira fui conhecer o mais novo empreendimento da minha terra natal, o Mercadão de Franca (oficialmente chamado de "Mercadão Francano")...
Achei bem interessante a iniciativa, principalmente por ocupar um dos lugares mais emblemáticos da cidade, que é a antiga fábrica de calçados da Samello.
Ele foi oficialmente inaugurado no dia 28 de novembro e ainda está semi acabado, com muitos espaços ociosos e uma prometida expansão para toda a extensão do prédio. Apesar do nome, acho que vai ter mais jeito de shopping com algumas bancas de frutas, mesmo com a tentativa de montar um comércio similar ao mercadão da Cantareira (o conhecido Mercado Municipal de São Paulo, no centro da capital)... Há poucas bancas de frutas, mas que apresentam uma qualidade bem interessante (e preços compatíveis a isso também), algumas lanchonetes que servem os tradicionais lanches de mortadela e pastéis, além de outras espacialidades (gostei da cervejaria que ocupa o mair espaço da área de alimentação)... Pelo que vi, os preços da parte de gastronomia são bem acessíveis, o que facilita o movimento no local, mas já ouvi algumas pessoas destacando que é mais barato comprar 200g de mortadela na padaria e fazer um sanduíche em casa (paciência, a mentalidade de muitos francanos é esta mesma)...




Vi em uma reportagem de um veículo de comunicação local que os empreendedores prometem mais bancas de carnes, peixes, além de uma academia, lanchonete com drive-thru e até uma mini fazenda com apresentação de alguns animais.
De verdade, eu gostaria muito que seja próspero, afinal de contas merecemos algo do tipo, na região... Que os frequentadores enxergassem no local, um ambiente de descontração e gastronomia, algo diferenciado... Pena que a área de estacionamento é reduzida, insuficiente para o público aguardado em finais de semana, mas as ruas ao redor são tranquilas e com muitas vagas.
O último mercado municipal que tivemos em Franca funcionou até meados da década de 80...
Vale a visita... Localiza-se entre as ruas General Osório, Coronel Tamarindo e avenida Hélio Palermo.
Funciona de segunda a quinta-feira das 7h às 22h, sextas e sábados das 7h à meia noite e aos domingos das 7h às 20h.









domingo, 23 de dezembro de 2018

A verdadeira revolução


Estou escrevendo esta postagem às 4h37 da madrugada...
Há uma festa aqui na rua atrás do condomínio que moro, com som alto, muita gritaria, rolando desde a meia noite.
No final de semana passado (exatamente na noite do dia 14 para 15 de dezembro) o clube aqui do lado (E. C. Vila Galvão) fez uma festa com música no mais alto som possível em um dos seus bares até às 2h da madrugada. Parecia que estava acontecendo dentro do meu apartamento. Tínhamos programado em sair bem cedo para uma viagem no sábado, mas não conseguimos dormir direito e só conseguimos viajar depois das dez da manhã (a minha esposa deveria estar bem descansada para dirigir 400km até Franca).
Há solução para um país cuja própria população não respeita direitos individuais tão óbvios?
O que leva estas pessoas, no caso específico da festa de hoje, a se julgarem acima de uma lei e do bom senso que determina um pouco de respeito às outras pessoas?
No caso do bar da semana passada, tenho até dúvidas se possuem alvará de funcionamento até às duas da manhã.
A pergunta que vocês devem estar fazendo é o que eu fiz para denunciar isso... Em relação à esta festa, nada... Só estou colocando no papel a minha indignação, pois não consigo identificar o endereço (rua e casa) onde ela está ocorrendo e, por isso, não consigo fazer uma denúncia. Já aconteceu antes e a resposta que tive ao ligar para denunciar foi que não poderia ser feito nada, se eu não conseguisse identificar exatamente o local da ocorrência. Quanto ao clube, pedi que um funcionário do meu condomínio viesse até o meu apartamento e que relatasse ao síndico o ocorrido para que possamos tomar, no futuro, uma medida coletiva adequada. Mesmo sabendo que não dará em nada, pois já acontece há anos e o que sempre ouvimos do clube é algo do tipo "os incomodados que se retirem", já que o conjunto de apartamentos é mais recente que o E.C. Vila Galvão, ou seja, por serem mais antigos na área, estão acima da lei do silêncio e da ordem pública.
Mas, o que quero que fique em relação a esta postagem é que o mais importante, o que deveria ser observado, é o desrespeito em relação aos outros. O direito de um vizinho em celebrar no mais alto volume, madrugada à dentro acaba sendo mais importante que o direito a repouso de centenas de outras pessoas.
Aqui está sendo violada uma lei que deveria assegurar a tranquilidade e o descanso de muitas pessoas, mas o pior, o que me deixa ais estarrecido é o descaso dos agentes que provocam todo este barulho. Não há respeito entre os diversos grupos da nossa sociedade.
Não há consciência coletiva... Sequer empatia.
Como conviver harmoniosamente com pessoas assim? O que esperar de uma população com estas características?
A verdadeira revolução que esperamos deveria começar nessa tomada de consciência... Do "saber conviver",  da consciência coletiva, do entendimento do que é uma vida em sociedade...
Nisso tenho que concordar com alarmistas defensores da ideia que falhamos na educação passada pela família e pela escola.
Não somos solidários, nem seres coletivos... Vivemos uma barbárie social, onde sequer uma lei fundamental é cumprida.
Caberia só ao Estado mudar isso ou também devemos ser protagonistas???????
Enquanto não consigo pensar em uma solução a curto prazo, ouço galos anunciando o amanhecer de um novo dia, ao som de Village People...

PS.: no E. C. Vila Galvão também há galos, galinhas...



sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Imagens Impressas: um Percurso Histórico pelas Gravuras da Coleção Itaú Cultural


Linóleo, água forte, serigrafia, litografia, xilografia são algumas técnicas empregadas na produção de gravuras há séculos. É um trabalho criterioso, muito rico em detalhes e que sempre me causou espanto, pela sua perfeição...
Sempre gostei de visitar exposições com estes materiais e até tenho algumas xilogravuras na sala do meu apartamento (adquiridas no Maranhão, em 2007, do mestre Airton Marinho). Fico fascinado com a sutileza da produção de imagens impressas em um material bruto (pedra, madeira ou metal), como um carimbo, que passaram pelas mãos habilidosas de um artista.
Daí, fiquei muito feliz em ver que o Itaú Cultural montou uma boa mostra com 160 expressivas peças tentando contar a trajetória da gravura Ocidental nos últimos 600 anos.
Fui conferir e saí de lá extasiado. Ela conta com obras de artistas como Pablo Picasso, Edvard Munch, Francisco de Goya, Rembrandt van Rijn, entre outros.
Estava no card introdutório: "a proposta de um percurso pelas imagens impressas se apresenta como resultado de um mergulho nesta história possível da gravura articulada no interior da Coleção Itaú Cultural. Nesta edição da mostra , optou-se por inverter espacialmente a cronologia, iniciando pelos artistas Edvard Munch e Pablo Picasso. últimas aquisições da coleção, suas obras foram produzidas na primeira metade do século XX...



Então, ao subirmos para o primeiro andar (onde é recomendada iniciar a visita) já encontramos, de cara, as duas obras, de dois expressivos artistas (inclusive, os seus traços mais conhecidos são perfeitamente identificados nelas).
Mas, o que me impressionou mesmo foram as gravuras de séculos anteriores, feitas em metal, com a ajuda de um instrumento chamado buril. A riqueza de detalhes (tem várias lupas espalhadas pelas salas para nos ajudar na visualização dos traços) e a composição das cenas me deixaram boquiaberto.

Recomendo a visita... Pode ser um ótimo programa para o seu final de semana, inclusive estendendo a visita ao café do local, que conta com um bom atendimento e petit fours bem saborosos (poderia ter escrito "docinhos", rsrs, mas achei que um afrancesamento combinaria bem com o texto).
O Itaú Cultural fica na avenida Paulista, 149, próximo ao metrô Brigadeiro da Linha Verde. A entrada é gratuita e a exposição vai até o dia 17 de fevereiro de 2019. Está nos pisos 1 e -1.
Funciona de terça a sexta das 9h às 20h e nos sábados domingos e feriados das 11h às 20h.
Mais informações pelo telefone (11) 2168-1777.








quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Exposição sobre o Ilê Aiyê no Itaú Cultural SP


Estive na semana passada pela Paulista e fui conferir a pequena exposição que conta a história do Ilê Aiyê, no Itaú Cultural.
Apesar de modesta, ela conta a bela história do primeiro bloco afro do Brasil, que nasceu para combater o racismo e o silenciamento dos negros no circuito oficial do carnaval de Salvador (Bahia). Ainda hoje, após 44 anos do seu primeiro desfile público continua saindo apenas com negros.
Logo na entrada somos envolvidos pela voz marcante da Luedji Luna com a música Ilê de Luz cantada "a cappella" e a bela imagem de Mãe Hilda de Jitolu, fundadora do movimento, junto com o seu filho Antônio Carlos dos Santos Vovô (o atual presidente da fundação).


Na medida que vamos percorrendo os espaços, com muitas fotos, tambores, manequins com alegorias, depoimentos, croquis de fantasias e carros alegóricos entre outros objetos a ocupação vai nos envolvendo... Quatro cores definem bem as salas. A primeira cor que delineia a mostra é a cor preta que homenageia a pele e a história deles. Depois, vem o vermelho que remete ao sangue derramado pela libertação. A próxima é o amarelo que simboliza a riqueza natural e a beleza negra. E finalizando, vem o branco, que representa a paz... O artista Jota Cunha representou todas elas em uma máscara africana com quatro búzios abertos que ele chamor de "perfil azeviche".

Não é a mesma coisa que subir a ladeira do Curuzu, bairro que está situado o grupo cultural (na realidade o projeto social se estende por outras áreas de Salvador), mas remete um pouquinho da sua histórica luta e beleza.
E como diz a música o "Mais belo dos belos", quem é que sobe a ladeira, do Curuzu, é a mais coisa mais linda de se vê é o Ilê Aiyê...


A mostra fica até o dia 06 de janeiro no Itaú Cultural (av. Paulista, 149 - térreo, próximo ao metrô Brigadeiro da linha verde). Os horários variam de 9h às 20h de terça à sexta e das 11h às 20h, nos sábados, domingos e feriados e é gratuita.
Vale muito a pena...








"O mais belo dos belos"