Via Franca

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domingo, 23 de dezembro de 2018

A verdadeira revolução


Estou escrevendo esta postagem às 4h37 da madrugada...
Há uma festa aqui na rua atrás do condomínio que moro, com som alto, muita gritaria, rolando desde a meia noite.
No final de semana passado (exatamente na noite do dia 14 para 15 de dezembro) o clube aqui do lado (E. C. Vila Galvão) fez uma festa com música no mais alto som possível em um dos seus bares até às 2h da madrugada. Parecia que estava acontecendo dentro do meu apartamento. Tínhamos programado em sair bem cedo para uma viagem no sábado, mas não conseguimos dormir direito e só conseguimos viajar depois das dez da manhã (a minha esposa deveria estar bem descansada para dirigir 400km até Franca).
Há solução para um país cuja própria população não respeita direitos individuais tão óbvios?
O que leva estas pessoas, no caso específico da festa de hoje, a se julgarem acima de uma lei e do bom senso que determina um pouco de respeito às outras pessoas?
No caso do bar da semana passada, tenho até dúvidas se possuem alvará de funcionamento até às duas da manhã.
A pergunta que vocês devem estar fazendo é o que eu fiz para denunciar isso... Em relação à esta festa, nada... Só estou colocando no papel a minha indignação, pois não consigo identificar o endereço (rua e casa) onde ela está ocorrendo e, por isso, não consigo fazer uma denúncia. Já aconteceu antes e a resposta que tive ao ligar para denunciar foi que não poderia ser feito nada, se eu não conseguisse identificar exatamente o local da ocorrência. Quanto ao clube, pedi que um funcionário do meu condomínio viesse até o meu apartamento e que relatasse ao síndico o ocorrido para que possamos tomar, no futuro, uma medida coletiva adequada. Mesmo sabendo que não dará em nada, pois já acontece há anos e o que sempre ouvimos do clube é algo do tipo "os incomodados que se retirem", já que o conjunto de apartamentos é mais recente que o E.C. Vila Galvão, ou seja, por serem mais antigos na área, estão acima da lei do silêncio e da ordem pública.
Mas, o que quero que fique em relação a esta postagem é que o mais importante, o que deveria ser observado, é o desrespeito em relação aos outros. O direito de um vizinho em celebrar no mais alto volume, madrugada à dentro acaba sendo mais importante que o direito a repouso de centenas de outras pessoas.
Aqui está sendo violada uma lei que deveria assegurar a tranquilidade e o descanso de muitas pessoas, mas o pior, o que me deixa ais estarrecido é o descaso dos agentes que provocam todo este barulho. Não há respeito entre os diversos grupos da nossa sociedade.
Não há consciência coletiva... Sequer empatia.
Como conviver harmoniosamente com pessoas assim? O que esperar de uma população com estas características?
A verdadeira revolução que esperamos deveria começar nessa tomada de consciência... Do "saber conviver",  da consciência coletiva, do entendimento do que é uma vida em sociedade...
Nisso tenho que concordar com alarmistas defensores da ideia que falhamos na educação passada pela família e pela escola.
Não somos solidários, nem seres coletivos... Vivemos uma barbárie social, onde sequer uma lei fundamental é cumprida.
Caberia só ao Estado mudar isso ou também devemos ser protagonistas???????
Enquanto não consigo pensar em uma solução a curto prazo, ouço galos anunciando o amanhecer de um novo dia, ao som de Village People...

PS.: no E. C. Vila Galvão também há galos, galinhas...



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