Nove de maio... Sábado...
Festa de aniversário da Dudinha, na casa da Érica. Por conta do isolamento imposto pela Covid-19, os presentes eram apenas nós, da família próxima: El Cid, mamãe, André, Érica, Gabriel, Dudinha (que já havia completado dois aninhos no dia 19 de março), Eliane (minha irmã), Luizmar, Isabela e eu...
Foi nossa última festa juntos, na casa da Érica, depois dela sempre terá uma ausência sorridente nas nossas fotos... Ele gostava de celebrar... Fez questão de tirar o andador, para não aparecer com ele na imagem. Eu fiquei temeroso, já que El Cid perdeu praticamente toda as suas forças nas pernas, mas confesso agora, que fiquei feliz por ele ter feito isso... Guardamos a imagem invencível, indestrutível que ele sempre passou para todos nós.
Lembramos de uma história antiga, que nos garantiu boas risadas... Quem já morou ou dirigiu no interior do nosso estado, sabe que a condução do veículo é bem diferente daquela da capital.
Como em São Paulo o trânsito flui mais agressivo, com muito mais carros do que em qualquer outra cidade do Brasil, acaba gerando um acordo tácito entre a maioria dos motoristas.
Por incrível que pareça o uso da seta é mais comum aqui, na capital do estado, do que em outros lugares e muitos motoristas cedem um pouco do espaço que poderia ser ocupado pelo seu carro para que o condutor consiga sair da sua vaga ou de uma parada obrigatória numa rua mais movimentada.
No interior não tem isso, não!!
Muitos nem se lembram de ligar a seta, odeiam diminuir a velocidade para outros passarem (inclusive para pedestres) e acham que possuir um carro, os diferencia daqueles que andam pelas calçadas.
Por isso, quando ando a pé ou de bicicleta pela minha cidade, redobro a atenção, ao atravessar ruas e avenidas. Aqui, na metrópole, também me cuido, mas sei que muitos vão me permitir atravessar a rua entre o seu carro e o da frente, sem acelerar de maneira ruidosa (excluo, aqui, os motociclistas).
Tanto que, ao vir com o meu pai para cá, fui atravessar uma rua movimentada de Guarulhos entre dois carros (o de trás diminuiu para que pudéssemos passar), mas El Cid titubeou e não quis arriscar-se, negando-se a me acompanhar na "aventura"...
Brinquei com ele, depois de esperar algum tempo para chegar na outra calçada:
- "Poxa, pai, pode ficar tranquilo, porque os motoristas daqui diminuem um pouco para que os pedestres possam atravessar. Da próxima vez, pode confiar!!!"
E ele, de pronto, afiadíssimo, como sempre:
- "Eu não! E se o motorista justo daquele carro for de Franca??"
Pois é, depois desta constatação, eu também nunca mais confiei...
Nenhum comentário:
Postar um comentário