Via Franca

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terça-feira, 30 de novembro de 2010

Reinauguração do Sesc Belenzinho

Acontece nesse próximo final de semana a reinauguração do Sesc Belenzinho, com várias atividades ligadas ao lazer, esportes e cultura.
Eu separei algumas atrações como dicas (aquelas que eu já assisti ou conheço).
Confiram:
Música: show com o violonista Yamandu Costa (dia 05/12 às 17h30).

Teatro: "Mary Stuart", com Denise Stoklos (dia 04/12 às 16h);
"Aldeotas", com Gero Camilo e Caco Ciocler (dia 05/12 às 13h30).

Teatro infantil: "Pedro e o Lobo", com o grupo de bonecos Giramundo (dia 05/12 às 16h).

Dança: "Mozartíssimo" (com a Cia. Cisne Negro), dia 04/12 às 16h;
"Adoniran" (com Ballet Stagium), dia 05/12 às 10h;
"Corpo Vivo" (direção de Ivaldo Bertazzo), dia 05/12 às 13h.

Circo: "Clássicos do Circo", com o grupo Parlapatões (dia 05/12 às 11h30).

Serviço:
Sesc Belenzinho
Rua Padre Adelino, 1.000 (a duas quadras do Metrô Belém).
Dias 04 e 05 de dezembro (sábado e domingo).
Grátis.
Mais informações www.sescsp.org.br

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Homenagem a Pergolesi no Mosteiro São Bento



Hoje, dia 29 de novembro, com apoio do Instituto Italiano di Cultura de São Paulo, acontecerá um concerto em homenagem ao terceiro centenário de nascimento do compositor italiano de óperas e música sacra Giovanni Battista Pergolesi.
Se em vida, apesar dos numerosos reconhecimentos, a fama de Pergolesi era quase exclusivamente limitada ao ambiente musical napolitano e romano, não surpreende que este compositor, morto muito jovem (com apenas 26 anos, vítima de uma tuberculose), com uma carreira artística de apenas cinco anos e, no entanto, capaz de deixar algumas composições inesquecíveis, tenha podido influenciar poetas e artistas que no curso do século XIX reinterpretaram-no em chave romântica.
A música de Pergolesi ainda goza de vasta popularidade e é frequentemente executada nos teatros e nas salas de concerto.
Nessa segunda-feira, no Mosteiro de São Bento, vai ser apresentadapelo Coral de Monges de São Bento, acompanhados pela Filarmônica Vera Cruz, sob a regência do conhecidíssimo maestro Júlio Medaglia. O solista será o italiano Emmanuele Baldini (da OSESP) e a soprano Artemisa Repa.
E o que é melhor: totalmente de graça (para garantir um bom lugar, vale a pena reservar pelo telefone 3660-8888).

Serviço:
Mosteiro de São Bento de São Paulo
Largo de São Bento, s/nº
Em frente à Estação São Bento do Metrô
Entrada Franca
Informações e reservas pelo telefone:3660-8888

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

XII Festa do Livro da USP (Feira de Livros da FFLCH 2010)

Todo morador de São Paulo que gosta de ler, sabe que uma das melhores oportunidades para comprar livros, com preços mais acessíveis, é a Festa do Livro da USP, que ocorre anualmente na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP). Não é nenhum segredo que livro é muito caro por aqui, por isso a feira é a melhor oportunidade para ampliar nossa biblioteca particular sem gastar tanto (ou gastando um pouco menos). O evento acontece entre os dias 24, 25 e 26 de novembro.
Estarão presentes quase 120 editoras que, segundo o regulamento de participação, devem vender seus livros com desconto mínimo de 50%. O professor Plínio Martins Filho, presidente da Edusp, explica que este é o preço que o consumidor pagaria se comprasse diretamente das editoras, sem os gastos intermediários de livraria e distribuição. Em 2009, as 112 editoras participantes venderam juntas cerca de 150 mil livros.

Serviço:
Local: vão do prédio da História, na FFLCH
Rua do Lago, 717, Cidade Universitária.
A entrada é franca.
Mais informações: (11) 3091-1617

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Terrance Simien and the Zydeco Experience



Eu estava de bobeira no Youtube e resolvi procurar alguma coisa sobre música folclórica norte-americana, então me lembrei de um show maravilhoso que vi no Bourbon Street Festival (na faixa) desse ano, no Parque do Ibirapuera, com o fantástico Terrance Simien e a banda "The Zydeco Experience" e conferi esse vídeo.
Eles tocam um estilo bem característico do Sul dos EUA, chamado zydeco (ou "cajun music").
Da Louisiana para o meu blog.
Sem preconceitos, confiram!!!
É apaixonante...

Cinema africano: "O Homem Que Grita"



Depois de um longo hiato, uma produção africana volta a ser exibida no Brasil, com "Um Homem Que Grita", dirigido pelo chadiano Mahamat-Saleh Harcun, que o Reserva Cultural (localizado no Edifício da Gazeta) apresenta exclusivamente. Praticamente desconhecida para nós brasileiros, a cinematografia africana possui particularidades como a do caso nigeriano, onde há uma imensa produção (inclusive maior do que em Hollywood e Bollywood), porém nenhuma sala de cinema no país inteiro - toda a produção é voltada para o consumo doméstico.
Durante a era colonial, a África foi representada no cinema exclusivamente por cineastas ocidentais, quase sempre como um lugar místico e exótico, pouco revelando sua identidade e realidade. Nas colônias francesas, por exemplo, era proibida a realização de filmes locais. Desta forma, o olhar do povo africano ficava escondido, salvas algumas exceções como Afrique Sur Seine, considerado o primeiro filme dirigido por um africano negro, que explorava as dificuldades de um africano viver na França durante os anos 50.
Apesar deste empecilhos, muitos diretores europeus voltaram o seu olhar para o Continente Negro tentando expor ao mundo o que realmente acontecia por lá. Um deste cineastas foi o francês Jean Rouch, que em documentários como Eu, Um Negro e Jaguar (ambos lançados em DVD), entre outros, desafiava a imagem que os colonizadores tentavam transmitir ao mundo.
Em "Um Homem Que Grita", que assisti nesse final de semana, pude perceber a riqueza de detalhes e a beleza da fotografia (mesmo quando é retratada apenas a periferia da cidade em destaque, no Chade).
É um filme sensível, um drama, que guarda um grande emoção (de arrancar lágrimas dos olhos) no seu final, destacando um continente em guerra, sem mostrar sequer uma batalha (fantástica essa escolha, pois mesmo sem as cenas do conflito, consegue nos colocar dentro dele).
Fui preparado para um grande filme. Saí refletindo sobre muitos aspectos, mas com uma grande certeza: vi, de fato, um grande filme...

Sinopse:
Adam (Youssouf Djaoro) tem 60 anos de idade, é ex campeão de natação, e há 40 anos trabalha com guardião de piscina de um hotel de luxo situado no Chade, na África. Contudo, investidores chineses compram o estabelecimento e ele se vê obrigado a ceder a sua vaga para seu filho Abdel (Diouc Koma), situação que o incomoda bastante por ver nela um declínio social. Além de estar diante deste conflito pessoal, seu país passa por uma guerra civil com rebeldes ameaçando o governo que faz um apelo à população: ajudar com dinheiro ou enviar filhos em idade para representar o país em combate. Assim, o líder do bairro pede que Adam dê sua contribuição, mas ele não tem dinheiro, só tem o filho.
- Vencedor do Prêmio do Júri no Festival de Cannes 2010
- Vencedor do Prêmio Humanidade na Mostra Internacional de Cinema de SP

Serviço:
Reserva Cultural
Avenida Paulista, 900. Térreo Baixo
(entre as estações Trianon Masp e Brigadeiro do metrô)
www.reservacultural.com.br
Fone: (11) 3287-3529

"UM HOMEM QUE GRITA"
(Chade / Bélgica / França - 2010) – 92 minutos.
Sala 1
15h20 - 17h10 - 19h00 - 21h00 - Sáb. 22h50
Gênero: Drama
Direção: Mahamat-Saleh Haroun
Elenco: Youssouf Djaoro , Diouc Koma , Emile Abossolo M'bo

Teatro: últimas apresentações de "Casting"



Encerra-se nesse final de semana, no Teatro Nair Bello (Shopping Frei Caneca), a temporada da peça "Casting", do russo Aleksandr Gálin.
A montagem brasileira é fantástica, com bons atores (com grande destaque para Caco Ciocler) e muito engraçada.
Eu assisti no sábado passado e me surpreendi, principalmente pela longa duração do espetáculo, sem ser jamais cansativo.
Antes de levar as crianças e os mais puritanos, destaco que há cenas de nudez feminina (total e frontal) e muitos palavrões, que em nenhum momento soaram como apelativos (estavam muito bem inseridos no contexto geral da mesma).
Casting é uma comédia de costumes sobre os testes realizados em um velho cineteatro de uma cidade russa para a seleção do elenco feminino de um grande espetáculo a ser produzido por japoneses em Singapura.
Conta com tradução de Aimar Labaki e Elena Vássina, direção geral de produção de Alexandre Brazil. com os atores Caco Ciocler, Aline Moreno, Bete Dorgam, Bia Toledo, Flávio Tolezani, Heitor Goldflus, Nani de Oliveira, Natalia Gonsales, Nicolas Trevijano, Ricardo Oshiro e Selma Luchesi.
Só até esse domingo, hein!!!!

Serviço:
Local: Teatro Nair Bello - Shopping Frei Caneca (Rua Frei Caneca, 569 – Consolação)
Até 28 de novembro de 2010
Horários: quintas, às 21h30; sextas, sábados e domingos, às 20h (sessões extras na 5ª e no sábado)
Preço: Quintas e Sextas R$ 20,00 e Sábados e Domingos R$ 30,00.
Aceita cartões de crédito e débito: Visa, Mastercard e AmericanExpress.
Horário de funcionamento da bilheteria: terça-feira à Sábado, das 15h às 21h30; domingo das 14h30 às 20h00
http://www.ingresso.com.br/
Informações ao público: (11) 3472-2414

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

5ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul

Reproduzo aqui o email que recebi da profª. Helena, de geografia, lá do Mater:
"Convido todos para a Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul, que acontece em São Paulo, de 19 a 25 de novembro, no Cinesesc e na Cinemateca Brasileira.
O evento chega à sua quinta edição destacando uma homenagem ao ator argentino Ricardo Darín (que estará presente em São Paulo e conversa com o público no dia 20/11, sábado, às 19h00, na Cinemateca Brasileira), a Retrospectiva Histórica Direito à Memória e à Verdade, com títulos clássicos da cinematografia sul-americana, e uma mostra Contemporânea, que exibe diversas obras premiadas internacionalmente e inéditas no país.
No total, são 41 títulos programados, representando dez países da América do Sul: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela.
A programação tem entrada franca e inclui sessões com audiodescrição e closed caption, garantindo o acesso a pessoas com deficiência visual e ou auditiva.
Mais informações encontram-se no endereço: www.cinedireitoshumanos.org.br."

Serviço:
A 5ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul promove sua programação em 20 capitais brasileiras: Aracaju (10-16/12), Belém (25-28/11 e 2-5/12), Belo Horizonte (13-19/12), Brasília (16-23/11), Cuiabá (10-18/11), Curitiba (17-23/11), Fortaleza (8-14/11), Goiânia (3-9/12), João Pessoa (11-18/11), Maceió (29/11-9/12), Manaus (29/11-5/12), Natal (18-25/11), Porto Alegre (23-28/11), Recife (6-12/12), Rio Branco (6-12/12), Rio de Janeiro (30/11-5/12), Salvador (3-9/12), São Luís (29/11-5/12), São Paulo (19-25/11) e Teresina (11-17/11).
Realizado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, com produção da Cinemateca Brasileira e patrocínio da Petrobras através da Lei Rouanet, o evento é dedicado a obras que abordam questões referentes aos Direitos Humanos, produzidas recentemente nos países sul-americanos. Entre outros, estão presentes na programação temas como o direito à terra, ao trabalho, à inclusão social, à diversidade étnica, à diversidade religiosa, à solidariedade intergeracional da cidadania LGBT, o direito à memória e à verdade, direitos dos povos indígenas, das pessoas com deficiência, da pessoa idosa, da criança e do adolescente, da população carcerária, da população afrodescendente e dos refugiados.

Locais:
Cinemateca Brasileira
Sala Petrobras | 110 lugares
Largo Senador Raul Cardoso, 207
Vila Clementino | 04021-070
(11) 3512-6111

CineSesc
329 lugares
Rua Augusta, 2.075
Cerqueira César | 01413-000
(11) 3087-0516

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Revista piauí - 50 edições



Sou leitor assíduo de algumas publicações.
Reservo sempre uma parte do meu salário para a compra mensal de algumas delas.
Dessas, vou destacar uma, que nesse mês completa 50 edições: a revista piauí (com "p" minúsculo mesmo).
É um publicação bem interessante, mensal, que traz boas e longas reportagens sobre os assuntos abordados.
Muitos artigos lembram crônicas ou pequenos contos, tal descaracterização que o texto jornalístico apresenta nessa revista.
Foi idealizada pelo documentarista João Moreira Salles e é editada pela Editora Alvinegra.
Consegue atingir os principais pontos do nosso território, pois um acordo entre a sua editora e a Dinap (do grupo Abril) facilita a sua circulação.
Diferentemente das revistas convencionais do mercado editorial brasileiro, a piauí pratica jornalismo literário. João Moreira Salles nunca ressaltou publicamente a escolha deste gênero, pois acredita que se trata de "um nome pomposo, que quer se aproximar da eternidade da literatura". Para ele, "o que a piauí faz é contar bem uma história". Além de pautas pouco convencionais, o tratamento dado às reportagens geralmente assemelha-se ao de uma narrativa ficcional.
A primeira edição da piauí foi lançada em outubro de 2006. No site da revista é possível ler todas as reportagens das edições antigas.
Em outubro adorei as matérias sobre o "Louco de palestra" e "O futuro do Lulismo" do André Singer.
Nesse mês, aparecem como destaque: "A cura pela palavra" (o que fazem, pensam e pregam os pastores psicanalistas), "questões ambientais" (Luiz Maklouf Carvalho), "Crepúsculo estruturalista nos trópicos" (Lévi-Strauss e a utopia que combina o bem-estar da civilização ocidental com a harmonia ambiental das sociedades “primitivas”), entre outras.
Também adoro ler a seção "Esquina" (uma das poucas da revista), pois temas bem diversificados são abordados na forma de crônicas.
vale a pena conferir.
O seu preço é R$ 12,00 e também pode ser adquirida no sistema de assinatura.
Ah, quase ia me esquecendo de um detalhe importantíssimo: no discurso "imparcial" da revista, percebe-se o seu preconceito contra partidos de esquerda e muitos mimos com aqueles de direita (incluindo-se aí o PSDB).
Então, aos meus amigos apartidários, usem-na como contrabalanço às suas (nossas) leituras da mídia subversiva, rsrsrs...

Obs.: a imagem que ilustra esse post é a capa da primeira edição da revista.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Jackson do Pandeiro - Cabo Tenório



Os amigos de Franca me pediram para dar um exemplo do que era esse intérprete único da música nordestina.
No Youtube tem muuuuuuuito mais...

domingo, 14 de novembro de 2010

O MutuM e Miguilim

Eu tenho uma péssima memória para livros, músicas, filmes e peças de teatro.
É impressionante!
Fico admirado e até com inveja de pessoas que conseguem me narrar com detalhes mínimos, filmes que viram há tempos atrás.
Comigo é estranho. Poucas semanas depois de assistir a algo (tanto faz se no cinema ou teatro), parece que já está localizado em um passado distante e inatingível.
Por outro lado, essa situação também traz algumas vantagens, pois posso assitir algo depois de um certo tempo, que vai me parecer que estou vendo pela primeira vez (óbvio que, quando se desenrolam as cenas, vou lembrando aos pouquinhos...).
Em contrapartida, aquelas obras que me marcaram, jamais são esquecidas.
São poucas, mas como já disse, jamais as esqueço.
Guardo, inclusive, detalhes e fragmentos que voltam na minha memória, assim, do nada!
Com Guimarães Rosa tenho uma ligação quase visceral.
Todos sabem que eu sou caipira de Franca e sempre me apeteceu essa vida de viajante, principalmente pelas entranhas do nosso país.
Então seria impossível não me identificar com Guimarães.
Já li e reli quase tudo do autor, desde a minha tenra idade.
E trago, quase tudo, vivo na minha memória.
Mas, de tudo o que ele escreveu, nada mexeu mais comigo do que a história de Miguilim.
Por sinal era a preferida também do seu autor, que a considerava quase auto-biográfica: “Em Miguilim, acho tudo o que já escrevi até agora e talvez mesmo tudo o que venha a escrever em minha vida. Nessa história, está o germe, é a semente de tudo”, declarou Guimarães Rosa.
Não há como não se apaixonar.
Não há como não reler...
Já conversei sobre ela com muitas pessoas próximas, que sempre destacaram símbolos e reflexões muito particulares.
Como exemplo, cito uma conversa com um professor do colégio onde trabalho, o Bechara, sobre o local onde se passa a história: o Mutum.
Ele me disse que esse palíndromo tinha uma representação bem interessante, pois os dois emes (M) no início e no fim da palavra, representavam as montanhas que cercavam o local, os dois us (U) equivaleriam aos vales e o T representava o próprio menino protagonista.
Por isso, fiz questão de colocar o M maiúsculo no final da palavra que dá título a esse post...
Verdadeira ou não essa análise, intencional ou não por parte do escritor, não interessa.
O que interessa é que a obra, assim como tudo o que Guimarães escreveu, pode resultar nessas apaixonantes conclusões.
Também há um belíssimo filme (que, infelizmente, pouquíssimas pessoas assistiram) que foi baseado na história de Miguilim.
Chama-se "MUTUM" e tem na direção a cineasta Sandra Kogut.
Ganhou dezenas de prêmios pelo mundo afora e é lindo.
Inteiramente filmado nas Gerais e com atores amadores, tem uma fotografia incrível e uma sensibilidade ímpar.
Veja o que a diretora disse sobre a escolha do elenco: "A maior parte das pessoas que atua no filme não são atores profissionais. A maioria das crianças e dos vaqueiros nunca foi ao cinema. MUTUM é o resultado de um longo trabalho de preparação, no qual o elenco viveu junto na fazenda onde a história acontece. Aos poucos formaram uma família, antes mesmo do início da filmagem. Dividiram uma experiência de vida, diretamente ligada à história contada no filme. Ninguém leu o roteiro. Tudo foi transmitido oralmente e o trabalho de atuação se construiu a partir da proximidade entre a vida deles e a de seus personagens."
O resultado é fantástico. Fabuloso!!!!!!
Pena que já saiu há algum tempo das telonas, mas ainda pode ser encontrado em DVD (só nas locadoras e lojas especializadíssimas e por encomenda).
Recomendo para esse final de ano, a leitura da história de Miguilim, que faz parte da obra maior chamada "Campo Geral" (a Editora Nova Fronteira lançou há três anos atrás edições comemorativas e bem caprichadas da obra de Guimarães, inclusive uma separação do livro maior, sobre o título "Manuelzão e Miguilim").
E, após a sua leitura, o filme "MUTUM" de Sandra Kogut.
Até lá, se deleitem com um trechinho da obra:
(...)"Todos os dias que depois vieram, era tempo de doer. Miguilim tinha sido arrancado de uma porção de coisas e estava no mesmo lugar. Quando chegava o poder de chorar, era até bom - enquanto estava chorando, parecia que a alma toda se sacudia, misturando ao vivo todas as lembranças, as mais novas e as muito antigas. Mas, no mais das horas, ele estava cansado. Cansado e como que assustado. Sufocado. Ele não era ele mesmo. Diante dele, as pessoas, as coisas, perdiam o peso de ser. Os lugares, o Mutum - se esvaziavam numa ligeireza, vagarosos. e miguilim mesmo se achava diferente de todos. Ao vago, dava a mesma ideia de uma vez, em que, muito pequeno, tinha dormido de dia, fora de seu costume - quando acordou, sentiu o existir do mundo em hora estranha, e perguntou assustado:
- 'Uai, Mãe, hoje já é amanhã?!'" (...)

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Cauby às segundas no Bar Brahma



Pode parecer um "programa de índio", sair numa segundona brava, à noite, para assistir um show composto por clássicos da música brasileira e internacional, na voz de um cantor que já não está mais na mídia há um bom tempo.
Poderia ser ridículo, mas esse cantor é nada mais, nada menos que o glamouroso Cauby Peixoto, dono de uma voz maravilhosa (tudo bem que o avançar da idade e da doença, já lhe tiraram parte da firmeza do seu cantar), de um estilo único (quem já não o imitou cantando "Conceiçããããooooo...") e de um figurino sensacional.
O lendário cantor costuma escolher um repertório de músicas clássicas, que inclui "Sampa", de Caetano Veloso, "New York, New York", de Frank Sinatra, e "Como uma Onda", de Lulu Santos e Nelson Motta, entre outras pérolas da MPB.
Vale a pena conferir!
Em outros dias da semana também é possível assistir "Os Demônios da Garoa" e o eletrizante Jair Rodrigues no mesmo local. Informem-se...

Serviço:
Bar Brahma (salão principal)
Av. São João, 677 - República - Centro. Telefone: 3333-3030.
Couvert artístico: R$ 68,00.
Toda as segundas: 22h30.
Duração: 80 minutos
Classificação: Livre (recomendo apenas para adultos).
Tem área para fumantes. Não aceita cheques. Aceita reservas. Tem ar condicionado. Não vende ingresso pelo telefone. Tem acesso para deficiente. 220 lugares.
Valet (R$ 14).

Calígula no teatro Vivo



Depois de uma temporada de sucesso em São Paulo, capital e interior, turnê por 10 capitais brasileiras (Brasília, Campo Grande, Porto Alegre, Vitória, Salvador,Natal, Recife, Rio de Janeiro e Fortaleza) e Prêmio CONTIGO 2009 de melhor espetáculo e melhor ator (THIAGO LACERDA), a peça Calígula volta a São Paulo. Encerra a turnê brasileira e comemora quase 40 mil pessoas de público em 4 meses de temporada. No elenco, Thiago Lacerda, Claudio Fontana, Magali Biff , Cesar Augusto, Pedro Henrique Moutinho, Rogerio Romera e Helio Souto Jr.
Comemorativa em função do sucesso de público e crítica na turnê nacional e preparando-se para encerrar a temporada em Lisboa, em 2011. Com tradução de Dib Carneiro Neto, a peça traz no elenco Thiago Lacerda (Calígula), Magali Biff (Cesônia), Cláudio Fontana (Cherea), César Augusto (senador romano e Ruffius, o poeta), Rogério Romera (Hélicon), Pedro Henrique Moutinho (Scipião, poeta) e Helio Souto Jr. (intendente do tesouro romano e Metellus, poeta). Cláudio Fontana, Rogério Romera, César Augusto e Helio Souto Jr. estreiam em São Paulo, não tendo participado da temporada anterior.
Escrita por Albert Camus (Prêmio Nobel de Literatura por sua obra em 1957) em 1942, a peça é a história de Gaius Caesar Germanicus, conhecido por Calígula, terceiro imperador romano, reinante entre 37 e 41, que ficou conhecido pela sua natureza extravagante e por vezes cruel. Calígula é o filho mais novo de Germânico e Agripina, bisneto de César Augusto. Ele irrompe em cena após a morte de Drusilla, sua irmã e amante, para expressar seu desejo de impossível - a lua, ou a felicidade, ou a vida eterna -, seu novo programa de vida - é preciso ser lógico até o fim, a todo custo - e sua descoberta do que acarretará como sendo a verdade absoluta - os homens morrem e não são felizes.
Calígula constata o absurdo e decide levá-lo às últimas consequências, perdendo os limites do poder, da liberdade, da razão, negando todos os laços que o prendem ao gênero humano. Definida pelo próprio Camus como uma tragédia da inteligência, Calígula traz uma compreensão de que ninguém pode salvar-se sozinho, nem pode ser livre à custa dos outros.

Serviço:
De 5 de novembro a 19 de dezembro de 2010. TEATRO VIVO (288 lugares).
Av. Dr. Chucri Zaidan, 860 - Morumbi. Telefone: 7420-1520.
Sextas às 21h30, sábados às 21h e domingos às 19h.
Ingressos: sextas a R$ 50,00, sábados a R$ 70,00 e domingos a R$ 60,00. Desconto de 50% para clientes VIVO (com apresentação da fatura paga e identidade. Aceita todos os cartões de crédito.
Duração – 110 minutos. Classificação etária: 14 anos.
Vendas pelo site www.compreingressos.com e na bilheteria do teatro.
Bilheteria: terças e quartas-feiras das 14 às 20 horas. Quinta a domingo das 14 horas até o início do espetáculo. Estacionamento: Vallet - R$ 15,00. Ar condicionado.
Acesso para deficientes. Audiodescrição para deficientes visuais e interpretação em libras para deficientes auditivos. O Teatro Vivo oferece serviço de audiodescrição para pessoas com deficiência visual, às sextas-feiras, com reservas.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Um ano de postagens e uma homenagem a Jackson do Pandeiro



No dia 07 passado, esse blog fez um ano de existência.
Quando o criei, tive a pretensão de torná-lo um veículo de divulgação de atividades ligadas ao lazer, cultura e entretenimento.
Confesso que jamais esperava que muitas pessoas entrassem para receber algumas dessas dicas.
Tampouco esperava ter meia dúzia de seguidores, pois ele foi feito para satisfazer um pouquinho do meu ego e mostrar "aos meus", um pouquinho do que sou e do que gosto.
Por isso, me surpreendeu saber que ele está sendo útil para muitas pessoas (algumas que nem conheço, por sinal).
Há uma efervescência inimaginável na metrópole paulistana.
Diariamente centenas de eventos acontecem simultaneamente e, muitos deles, sequer são divulgados de maneira adequada pela grande mídia, por isso vale a pena aumentarmos e valorizarmos os canais de divulgação independentes e alternativos, já que é através deles que conseguiremos multiplicar ainda mais esse circuito alternativo.
E também reforçar o óbvio, o que todo mundo já conhece.
E, para "dar-me as felicitações" (sic), escolhi um dos maiores compositores e intérpretes da música nacional para homenagear: o paraibano Jackson do Pandeiro.
Para quem não o conhece, saiba que ele foi considerado um dos cantores mais versáteis da história da MPB.
Dizem alguns estudiosos que, quando ele quebrava o ritmo da música, lembrava a levada de um rap moderno.
Letras incríveis, ritmos alucinantes e uma voz inimitável fizeram desse paraibano um ícone da nossa cultura.
Jackson alcançou grande sucesso com "O Canto da Ema", "Chiclete com Banana", "Cantiga da Perua", Forró de Limoeiro", "Cabo Tenório", "A Mulher do Aníbal", "Um a Um", "Sebastiana" (a minha preferida) e "Xote de Copacabana". Os críticos ficavam abismados com a facilidade de Jackson em cantar os mais diversos gêneros musicais: baião, coco, samba-coco, rojão, além de marchinhas de carnaval.
O fato de ter tocado tanto tempo nos cabarés aprimorou sua capacidade jazzística. Também é famosa a sua maneira de dividir a música, e diz-se que o próprio João Gilberto aprendeu a dividir com ele. Muitos o consideram o maior ritmista da história da Música Popular Brasileira e, ao lado de Luiz Gonzaga, foi um dos principais responsáveis pela nacionalização de canções nascidas entre o povo nordestino. Sua discografia compreende mais de 30 álbuns lançados no formato LP.
Foi parar no ostracismo no início da década de 70, mas acabou redimido e divulgado pelos jovens artistas da época, como Gil, Betânia, Gal e Alceu.
Desde sua primeira gravação, "Forró em Limoeiro", em 1953, até o último álbum, "Isso é que é Forró!", de 1981, foram 29 anos de carreira artística, tendo passado por inúmeras gravadoras.
Vale a pena, procurar nos arquivos da TV Cultura, o que ainda resta das suas entrevistas ou no Youtube, trechos dos seus principais sucessos.
Perigoso é se apaixonar!!!!!!!
Um trechinho da genial "Cantiga da Perua" para finalizar:
"Andam dizendo
Que o progresso vai chegar
Que a coisa vai melhorar
Quando o homem for pra lua
Mas a verdade crua
Que a situação da vida
Ta ficando parecida
A cantiga da perua

É de pió a pió
É de pió a pió
A cantiga da perua é uma só"

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Teatro na Augusta: Cândida



Fui assistir no sábado anterior, a peça "Cândida", com a excelente atriz Bia Seidl, no nada confortável Teatro Augusta.
É uma peça divertida.
Foi escrita em 1895 pelo dramaturgo irlandês Bernard Shaw, a comédia –que pertence ao grupo denominado pelo próprio autor de Peças Agradáveis - retrata os perigos de um iminente triângulo amoroso. Cândida é a dedicada esposa do reverendo Morell, um pastor anglicano de ideologia socialista. Com a chegada do jovem Eugênio, um aristocrata, a estabilidade desse casamento será questionada diante da constante possibilidade de traição, levando a peça para um desfecho inusitado.
Recomendo sem medo de desagradar, pois além de um situação bem ambientada e simples(a peça toda se desenvolve no intervalo de um dia), também conta com um grupo de atores que se equivalem na arte de interpretar.
Ela fica em cartaz até o dia 19 de dezembro.

Serviço:
Teatro Augusta
Rua Augusta,943 (Cerqueira César)
São Paulo- SP
Fone: (11) 3151-4141
Elenco: Bia Seidl, Sergio Mastropasqua, Thiago Carreira, Fernanda Maia, Thiago Ledier e João Bourbonnais
Sala Nobre: 302 Lugares
Duração: 110 minutos.
Recomendação: 12 anos
Ingressos e Horários:
Sextas-Feiras (21h30): R$ 30,00
Sábados (21h): R$ 60,00
Domingos (18h): R$ 50,00
Meia – entrada: Mediante a apresentação do comprovante
A cia. oferece gratuidades para professores e estudantes do Ensino Médio da rede pública, mas há a necessidade de um contato prévio, através do site www.nucleoexperimental.org.br.

Metrô vira palco em São Paulo



Desta segunda (08/11) até quinta-feira (11), quem utilizar o metrô na capital paulista poderá se deparar com inusitadas apresentações musicais. Isso porque a cidade de São Paulo foi escolhida para receber a primeira edição do Red Bull Sounderground - Festival de Música no Metrô, que reúne 20 atrações musicais, vindas de diferentes partes do mundo. Na sexta (12/11), todos os músicos se encontrarão às 17h, na estação Paraíso, onde acontecerá uma apresentação coletiva de encerramento.
Reunindo buskers (músicos de rua) selecionados em São Paulo, Barcelona, Londres, Cidade do México, Moscou, Berlim, Montreal, Paris e Nova York, o festival de música no metrô se destaca por priorizar a música instrumental e, principalmente, por envolver diferentes estilos musicais, como MPB, clássico, blues, jazz, choro, rock, reggae, tango e até ragtime (ritmo dos Estados Unidos dos anos 20).
Sob idealização do produtor Marcelo Beraldo, o festival ainda apresenta suas atrações de maneira simultânea, sempre em dois horários de grande movimento (das 11h às 13h e das 17h às 19h). No total, serão dez estações envolvidas no projeto: Luz e Ana Rosa (linha 1-Azul); Vila Madalena (linha 2-Verde); Corinthians-Itaquera, Tatuapé, Brás, Sé, Anhangabaú, República e Palmeiras-Barra Funda (linha 3-Vermelha).
Abaixo, confira a lista dos artistas presentes:
São Paulo: Ana Goes (sax tenor/jazz); Duo Benetiz (violão e flauta/ ritmos brasileiros); Les Maga (guitarra/MPB); Mustard and Custard (violões/blues e folk); Pedro Loop (baixo elétrico/experimental); Rafael Masgrau (guitarra elétrica/rock); Vadim Klokov (fagote/música clássica); Vibrafone Chorão (violão, pandeiro e xilofone/chorinho); Vivian del Pintor (dois violões e violino/pop e MPB).
Barcelona: Anatol Eremciuc (acordeão/música folclórica).
Berlim: Mellow and Pyro (violão e baixo/reggae e ska).
Cidade do México: Gaitas Mexicanas.
Londres: Lewis Floyd Henry (multi-instrumental/blues rock, folk e outros); The Nomadic Mystics (multi-instrumental/afroreggae).
Moscou: Bloody Red Sombreros (violão/garage rock, R&B).
Montreal: O'Connor and Gryn.
Nova York: The Xylopholks (xilofone e double bass/ragtime - música norte-americana dos anos 20); Tribal Baroque (dois violinos/tribal baroque);Akil Dasan (piano, guitarra/vários);
Paris: Kutner e Koc (violões/ tango).
Confira os horários e as estações no site da Red Bull (www.redbull.com.br)