Via Franca

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sexta-feira, 4 de junho de 2010

O maior São João do mundo


Não é exagero chamar a tradicional festa junina de Campina Grande, na Paraíba, de "MAIOR SÃO JOÃO DO MUNDO".
Que me perdoem os meus amigos pernambucanos, mas eu tenho que concordar!
É, de fato, um espetáculo imperdível.
Pena que só acontece no mês de junho, já que boa parte dos meus amigos professores só têm como se ausentar de São Paulo no mês de julho.
Imaginem uma festa com muitas sensações distintas, que mexe com todos os nossos sentidos.
O aroma das comidas típicas mistura-se com o perfume gostoso do povo que se produz para seduzir em todos os aspectos.
O colorido das bandeirolas e barracas é inserido na beleza exótica dos locais e dos milhares de turistas que chegam de todas as partes do Brasil e do mundo.
O contato que a dança frenética do forró pé-de-serra proporciona, deixa a todos contagiados pela alegria e espontaneidade dessa manifestação. Até eu que tenho um "quadril bem durinho", me arrisco a uns passos desengonçados, mas que sempre são incentivados por essa democrática dança.
E mesmo quem não gosta muito desse ritmo, quando vai para Campina Grande, não tem como se emocionar com a alegria das bandas de forró (o ouvido se acostuma com aquela forma típica de musicalização).
Mas, a comida é um capítulo a parte.
Encontra-se de tudo que é típico de folias joaninas.
Desde as delícias feitas a partir do milho até pratos bem característicos da culinária nordestina, a base de carne de sol e mandioca (são mais de duzentas barracas espalhadas pelo local).
Tudo isso acontece no PARQUE DO POVO, localizado no centro da cidade, em uma área de mais de 42 mil quadrados.
Além do espaço das barracas de comidas típicas e do palco, vale a pena conhecer o SÍTIO SÃO JOÃO, que nada mais é do que uma réplica perfeita de um sítio sertanejo do interior do estado. No local o turista tem a chance de fazer uma viagem bucólica a um aglomerado de natureza rural, e conhecer fortes elementos que transpõem seus visitantes à década de 40, época em que alguns costumes ainda não haviam sofrido a influência da tecnologia. A cultura popular do Nordeste se faz presente nas formas arquitetônicas da casa de moradia dos sitiantes, na bodega, na capela, na casa de farinha e no depósito de mangai. O SÍTIO SÃO JOÃO é um lugar que retrata os hábitos de uma comunidade rural, inclusive na maneira de cozinhar e dormir.
Ainda no Parque do Povo, é possível reviver aspectos da história de Campina Grande. No local existe uma cidade cenográfica com várias replicas de prédios históricos da cidade. Na cidade cenográfica o turista pode encontrar a VILA NOVA DA RAINHA, que foi uma das primeiras “praças de desenvolvimento econômico” da cidade. A Vila Nova da Rainha foi o principal “motor” de propulsão para o crescimento de Campina Grande. A Cidade que faz o Maior São João do Mundo, foi um dia conhecida como “Vila Nova da Rainha”. Lugar aprazível, onde os tropeiros (homens que transportavam mercadorias e gêneros de primeira necessidade, no lombo) acampavam. Estes homens a princípio escolheram este local para descanso, e aos poucos o local foi se transformando num ponto comercial. No local existem 15 casinhas, uma capela e um coreto.
Como nos velhos tempos, o local tenta retratar o comércio de artesanato e de venda de farinha de algodão. As peças de artesanato comercializadas no local, são confeccionadas a partir da mais diversificada matéria prima, como madeira, estopa, bucha vegetal, sisal, barro, couro ou tecido.
Entre os dias 12 e 18, acontece um fato inusitado na festa, que é o CASAMENTO COLETIVO, onde diversos casais recebem a benção de padres para reforçar os seus laços matrimoniais, dentro das mais mais rigorosas tradições nordestinas (para quem não sabe, o dia 13 de junho é o dia de Santo Antônio, o mais casamenteiro de todos).
Há também, em todos os finais de semana o "Trem Forroviário" (isso mesmo é forroviário, não escrevi errado, não) que é "movido" a forró, e já se constituiu numa das principais atrações do "Maior São João do Mundo".
O trem do forró, faz o percurso entre a Estação Velha de Campina Grande e o Distrito de Galante, em oito vagões, onde os passageiros podem apreciar uma rica paisagem bucólica, onde florece a vegetação típica da região do semi-árido nordestino.
A viagem sempre acontece nos finais de semana de junho, sempre saindo às 10h da manhã e retornando no final da tarde. O passeio expresso forroviário, além de bela paisagem, reserva muita animação; pois em cada vagão vai um trio de forró pé de serra para que os passageiros possam se aquecer dançando durante todo o percurso.
Chegando no Distrito de Galante o turista encontra o ARRAIAL DE GALANTE, montado numa ampla estrutura, onde é oferecido ao turista a prática do turismo rural com passeios a cavalo, ou em carroças de burro ou em jegues. O arraial de Galante tem ainda o “forró no mercado”, com palhoças de forró e um palco de comidas típicas.
Ufa, só de lembrar de tudo isso, já me deu uma pontinha de inveja, de quem vai poder estar em Campina Grande, nesse mês de junho.
Mas, quem sabe, eu não consigo um tempinho para dar uma passadinha lá!
É inesquecível...

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