Via Franca

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quinta-feira, 4 de abril de 2019

"A luta yanomâmi" exposição da Cláudia Andujar


Vai até este domingo, dia 07 de abril, a exposição "A luta yanomâmi" da fotógrafa suiça, radicada no Brasil, Cláudia Andujar (sim, a mesma que expõe permanentemente em um pavilhão inteiro lá no Museu do Inhotim), Instituto Moreira Salles da avenida Paulista.
Nas Galerias 2 e 3 a exposição apresenta o trabalho da fotógrafa e ativista que dedicou parte da sua vida a conhecer e proteger os indígenas desta etnia, ameaçados de extinção. Na Galeria 3, uma floresta de imagens introduz o cotidiano e o universo mítico dos Yanomâmis. Na Galeria 2, descobre-se a guinada da fotógrafa para o ativismo, quando se somam à fotografia outras, com a intenção de frear o genocídio que acontecia na região.
Cláudia Andujar (ou Cláudia Yanomâmi como ela assina, atualmente) nasceu na Suíça e foi criada na Transilvânia. A família judia do seu pai foi assassinada nos campos de concentração da Segunda Guerra Mundial. Fugiu com a mãe para a Suíça e depois, a convite de um tio, foi para Nova York onde se formou. Em 1955 veio visitar a mãe (que havia se mudado para o Brasil) e fica definitivamente no país.
Envolve-se com os Yanomâmis na década de 70 e sempre usou a sua câmera como instrumento de comunicação, principalmente quando não falava muito bem o português.
Em 1977 foi expulsa da terra indígena pela Funai, pois denunciava todos os projetos de descaracterização da sua cultura e avanço de empreendimentos nas suas terras.
Ao assumir os Yanomâmis como família, ela tenta impedir que aconteça com eles o que ocorreu com o seu pai durante a Segunda Guerra. Durante as décadas de 70 e 80, ela denunciou muitas atividades de madeireiros, garimpeiros e até do governo (dos militares) e também lutou pela remarcação das terras.
Em 1989, com a exposição "Genocídio Yanomâmi - Morte do Brasil" consegue atrair o olhar da comunidade internacional, que faz pressão no governo Collor no ano seguinte para a demarcação da grande reserva Yanomâmi, que hoje está sendo ameaçada pelo atual governo.
O professor Ailton Krenak disse que "a Cláudia enxergou no Brasil os mesmos guetos que via na infância. Uma sensibilidade genial para entender a nossa realidade."

O Instituto Moreira Salles fica na Avenida Paulista, 2424, bem próximo à Avenida Consolação (muito próximo das estações Paulista e Consolação, do metrô). Abre de terça a domingo, das 10h às 20h (às quintas, fecha às 22h) e a exposição é gratuita.
Mais informações pelo telefone (11) 2842-9120.
Só até o dia 07 de abril...









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