Dica de um aperitivo bem refrescante e saboroso: Aperol Spritz...
Experimentei pela primeira vez quando fui para a Itália e curti muito ao ver anos depois nos bares e restaurantes aqui de São Paulo. Há anos atrás era difícil encontrar este biter que é a base do drink, mas hoje pode ser encontrado em qualquer supermercado de grande porte, pois passou a ser produzido e distribuído pela Campari do Brasil.
Mistura o amargor das raízes que o compõe com uma doçura que fica no final do paladar... E, claro, tem uma cor alaranjada que é extremamente chamativa.
É fácil fazer. Misture três partes de um espumante (eu gosto de colocar Prosecco), duas do Aperol e uma de água com gás ou club soda (o nome da bebida vem da associação á gaseificação da mesma). Muito gelo e uma fatia de laranja completam o visual. Gosto de colocar em uma taça bem grande de vinho tinto.
Óbvio que só para maiores de 18 anos (o teor alcoólico do Aperol é de 11% e o dos espumantes podem também chegar a este percentual)...
E "salute a tutte le brave persone"!!!
Para quem ainda não definiu o que fazer neste final de semana, segue aí uma dica bem legal.
O SESC Bom Retiro abre hoje, sábado, a exposição "Travessias Ocultas - Lastro Bolívia" que mostra trabalhos resultantes de uma residência artística ocorrida entre dezembro d 2016 e janeiro de 2017 nas cidades de Santa Cruz de La Sierra, Samaipata, La Paz e Isla Del Sol, feita por artistas do Ceará, São Paulo, Minas Gerais e até uma suíça sob curadoria geral da carioca Beatriz Lemos.
A mostra flana pelo universo da cultura andina da advinhação, da criação fantástica, dos rituais, oráculos, jogos, mapas e calendários. Trabalha temas desde a metafísica local até coisa mais polêmicas como a disputa histórica pelo acesso ao mar e a mudança constitucional que garantiria ao presidente atual um quarto mandato.
Conta com diversas atividades paralelas, ou seja, uma programação feita especialmente para complementá-la.
Hoje, sábado, dia 27 de janeiro, das 11h às 19h vai rolar uma feirinha de comida e artesanato boliviano (com expositores da tradicional feira da praça Kantuta) e apresentação de grupos de músicas e danças folclóricas (eles entram às 12h, 14h e 17h). No domingo a feirinha acontece das 11h às 18h.
Amanhã, domingão, dia 28 de janeiro, das 11h às 14h - oficina tullmas - pompom andino - com Equipe de Base Warmis - Convergência das Culturas. Às 13h30 - apresentação Lakitas Sinchi Warmis. Das 15h às 17h - oficina de flautas Lakitas e às 16h show de rap Santa Maria. (o Lakitas é um coletivo formado por mulheres bolivianas que lutam pela melhoria de vida das imigrantes na cidade de São Paulo atrvés de um movimento de não violência ativa).
O grande barato é que o SESC escolheu a unidade do Bom Retiro para fazer a exposição já que a maior comunidade de bolivianos na cidade de São Paulo encontra-se neste bairro.
Em um período de grandes debates que mostram como muitos paulistanos e brasileiros em geral são xenófobos e racistas, face ao que acontece pela recepção miserável que estrangeiros oriundos da América Latina e África (refugiados ou não) tem recebido na nossa cidade, vale a pena dar uma conferida na proposta desta exposição...
Serviço
Exposição "Travessias Ocultas - Lastro Bolívia" (de 27 de janeiro a 06 de maio)
Sesc Bom Retiro (2º andar) - Grátis
Alameda Nothmann, 185 - Bom Retiro - São Paulo (SP)
Mais informações pelo telefone (11) 3332-3668 ou pelo site www.sescsp.org.br/bom retiro
Está aberto de terça a domingo e psossui estacionamento pago.
Ontem dei uma boa volta pelo centro velho de São Paulo, iniciando pela Praça da República e seguindo pela avenida Consolação (a igreja dela sempre me encanta), Praça Roosevelt, Theatro Municipal, Largo do Patriarca (tinha um ensaio de maracatu formado só por mulheres), Centro Cultural Banco do Brasil (a exposição do Basquiat entra no dia 25 de janeiro), Rua São Bento e Mosteiro...
Fui andando aleatoriamente, curtindo a muvuca de um sábado naquela área, observando pela enésima vez a bela arquitetuta do centrão e me deleitando com os artistas da área (o Elvis da Praça Ramos de Azevedo é o meu preferido, rsrs)...
Como um rolê destes tem que mexer com todos os sentidos, inclusive o paladar, resolvi fazer algo bem legal, almoçar em um restaurante bem novo, que eu ainda não conhecia e deixar a sobremesa para outro bem tradicional.
Como amo sanduíche de pastrame (há como não lembrar do Katz's, rsrs) fui conferir o do restaurante Fôrno lá na Vila Buarque... O local é uma mistura de bar e restaurante com uma decoração super descolada, cardápio com poucas opções de comida, mas muitos drinks bem legais e, se não prestarmos bem atenção, passa até desapercebido (é uma portinha com letreiro bem discreto), mas que forma filas no final de semana. Foi aberto no segundo semestre de 2017 e pertence aos mesmos donos do Holy Burguer (já conhecido e que fica a uma quadra dele).
Apesar de chegar cedo, não consegui uma mesa, mas sentar no balcão e "trocar uma ideia" com os atendentes e barman foi muito legal.
Claro que pedi o pastrame (R$ 40,00), que devorei sozinho, mas que daria para duas pessoas... Como já havia bebido um chopp (um APA Madalena), acompanhei o sanduba com uma limonada bem decente... Confesso que vou voltar, talvez não pelo sanduíche (que mesmo assim recomendo), mas para experimentar algumas das pizzas com ingredientes produzidos pela própria casa.
Vale dar uma conferida...
De lá, fiz uma boa caminhada (precisava fazer a digestão, rsrs) e fui para a tradicional Casa Mathilde, que fica em frente ao Martinelli, bem no centrão de Sampa.
Bem conhecida, funciona desde 1850 (já teve vários endereços) e tem os melhores doces portugueses da capital. Nem valeria a pena listá-los, mas os pasteizinhos de nata são campeões. Gosto também do atendimento e só não é legal mesmo o excesso de pessoas no local, mas justificável pela qualidade dos seus produtos...
Por estes e tantos outros motivos, o centro antigo continua me encantando...
Serviço:
Restaurante Fôrno
Rua Cunha Horta, 70 - Vila Buarque - São Paulo (SP)
Fone: (11) 2645-9499 - Funciona de terça a domingo para almoço e jantar
Casa Mathilde
Praça Antônio Prado, 76 - Centro - São Paulo (SP)
Próximo ao metrô São Bento - Fone: (11) 3106-9605
Funciona de segunda a sábado das 9h às 19h30 (sábado fecha às 16h30)
Numa sexta-feira modorrenta, da janela do escritório fico observando carros, pessoas e prédios, mas meio invisível surge um palhaço malabarista, quase saído de uma cena vaudeville do século XIX, que assovia e tenta equilibrar malabares chamejantes.
Me absorvo no seu vai e vem, entre carros, pedindo algum trocado pela sua apresentação!!!
Algumas moedas entram na sua mão, outros apenas agradecem o espetáculo e no final, com o semáforo aberto, ele senta e fica absorto, esperando nova oportunidade de ser visto.
Como os meninos prateados estão em baixa, ele é o artista da vez (quem sabe já se purpurinou, no passado)... Invisível... A rua é o seu picadeiro, os carros os seus espectadores...
Corre, aproveita mais um pouco, pois nuvens escuras acinzentam o céu... Corre, que vem chuva!!!!
Gostaria que o dinheiro não nos movesse tanto... Acho que seríamos mais felizes com menos dinheiro e mais calor humano, ardente como a chama da ponta do malabares do palhaço!!! Mas, agora já é tarde... A vida passa ligeira, nos deixando na expectativa das moedinhas que chegam na forma de migalhas...
Continuando naquela "vibe" de dez isso ou dez aquilo, pensei num lance legal de escolher alguns momentos da minha vida e associar à certas músicas...
Foi uma brincadeira rápida, pois nem pensei muito não, fui associando alguns fatos a determinados ritmos e letras, mas que se pensasse com mais atenção sairiam outras composições, em muitos casos.
Fica o convite para você fazer isso também, mesmo que só mentalmente, rsrs... Curti bastante, até mesmo o que colocar como fatos ou períodos mais relevantes na minha vida.
Ah, pode notar que alguns gêneros musicais que amo não estão aqui, provando que se eu fosse pensar muito mais ou me dedicar de verdade nesta lista, ela seria diferente.
Seguem aí, acontecimentos e respectivas músicas que o ilustram bem, rsrs...
01) A minha infância em Franca - "Flores astrais" (Secos e Molhados).
Pense na psicodelia de ser criado na década de 70, em uma cidade pequena com muitas histórias, medos, multirreligiosidade familiar, sonhos e fantasias que não tinham limites... Criança, éramos todos Ney, rsrs...
02) Minha migração para São Paulo, com vinte anos - "Fotografia 3X4" (Belchior).
Não tem como não lembrar deste clássico do saudoso cearense... Mesmo não "vindo do norte", a transição de Franca para uma cidade global foi assim mesmo. Se a minha vinda do interior para cá foi feita em seis horas num Cometa, a minha viagem de retorno já está demorando vinte e sete anos...
03) Hiato dos vinte e poucos aos quarenta anos - "Flor da idade" (Chico Buraque).
Foi onde deixei de me sentir estrangeiro e me fiz como pessoa (tudo bem que queria ser o Pessoa)... E aquela loucura de "João que amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria..." representa bem esta fase muito marcante da minha vida!!!
04) Todas as minhas viagens - "Simple man" (Lynyrd Skynyrd).
Viajar me transformou... Desde a minha primeira saída para Salvador com amigos de escola, com 16 anos, até a última que fiz para Joinville com a minha neguinha... Conheci mundos, pessoas, me tornei mais crítico e abri a minha mente para um universo de novidades e sonhos (gosto desta palavra, rsrs)... Simple man traz uma letra que nos remete a isso ("aproveite o seu tempo, não viva com tanta pressa, problemas virão e eles irão embora"). Por isso, usei esta e não tantas outras que poderiam representar uma "road life" (resisti ao Steppenwolf, rsrsrs)... Ah, a tragédia que a banda viveu no seu auge não tem nenhuma relação com esta escolha, não...
05) Morte de pessoas muito queridas - "Travessia" (Milton Nascimento).
Entre tantos que se foram, deixo esta parte para mostrar a dor que foi a perda dos meus quatro avós... A saudade é grande!!!! Ter o privilégio de conhecê-los e poder conviver com pessoas tão especiais em grande parte da minha vida é imensurável... Uso a voz do Bituca como homenagem a eles e a todas as pessoas que marcaram a minha vida e que já não estão mais aqui.
PS: até hoje é uma brincadeira com as minhas irmãs a mudança da letra para "solto a VÓ na estrada"...
06) Ser professor - "Todo cambia" (Mercedes Sosa).
Ninguém escolhe conscientemente ser professor se não tiver o ideal de "mudar o mundo", torná-lo melhor, mais humano... Se "tudo muda", que eu possa ter contribuído para que algumas pessoas tenham sido motivadas a enxergar o nosso mundo com olhos críticos. A objetivo da educação é colocar mais interrogações do que certezas absolutas.
Amo o que faço e se voltasse no tempo seria professor novamente... E, tenho certeza, o que vivemos hoje vai mudar e a escola ainda continua sendo o caminho mais fácil para conseguirmos uma sociedade mais justa e harmoniosa!!!
07) Quando entrei nos "quarenta" - "Livin' la vida loca" (Ricky Martin).
Nooooossa, aqui foi punk, rsrs... Despiroquei (com o perdão do termo, rsrs)... Na realidade, entrar nos quarenta foi um pouco antes, quando eu ainda tinha uns trinta e tantos anos. Mudança (sem crises existenciais), mas que me foi apresentada uma vida de total hedonismo... Não existe mais, mas vale como uma lembrança recente, que me levou a conhecer o meu grande amor, a minha esposa... Então, tem que ser Ricky Martin mesmo para representar esta fase!!!!
08) Nascimento dos meus sobrinhos - "Oito anos" (Adriana Partimpin).
Não sou pai e nunca serei, mas não imaginava como é delicioso ser amado de maneira incondicional por duas criaturinhas maravilhosas... Ser tio para mim é o máximo, rsrs. E a Calcanhoto fez uma música deliciosa que traduz bem a minha relação com eles, já que sou bombardeado por milhões de perguntas e recebo como pagamento pelas respostas e brincadeiras milhões de abraços e beijos da Isa e do Bibi... E ainda vai chegar a Duda, por estes meses... Há como ser mais feliz????
09) Quando conheci a neguinha (a minha esposa Eliane) - "I say a little prayer" (Aretha Franklin).
Sim, um grande e verdadeiro amor, muda uma vida... Sou prova viva disso!!!! Perfeita com todas as suas imperfeições, é você, Eli... "Pra sempre e sempre você ficará no meu coração e eu te amarei. Pra sempre e sempre nós nunca nos separaremos. Oh, como eu te amo. Juntos para sempre é como tem que ser. Viver sem você só partiria o meu coração..." Te amo, neguinha... Hoje e sempre.
10) Expectativa para o futuro - "Nessum Dorma" (Pavarotti).
E o que seria da vida se não tivessem as expectativas para a continuidade dela... Nada melhor que esta linda ária do Puccini na voz potente de um tenor para nos lembrar que ficar atentos é fundamental... E que ao amanhecer, VENCEREMOS!!!!
O Brasil vencerá... A humanidade vencerá, basta amanhecer novamente...
Embu das Artes ou somente Embu (o complemento foi aprovado pela população em 2011, através de um plebiscito) é um município de mais de duzentos mil habitantes que fica na região metropolitana de São Paulo, no eixo da Rodovia Régis Bitencourt...
Deixando de lado dezenas de informações técnicas, fica uma muito relevante para todos nós: tem um centrinho que aos domingos fica repleto de banquinhas de artesanato. Soma-se a ele todas as lojas de antiguidades, produtos naturais e alternativos, que faz um simples rolê pelas suas ruas ser uma explosão de cores, sons, aromas e sabores...
Quem não conhece tem que conferir!!!!
Há a necessidade de se destacar que sempre tem muitas pessoas circulando por lá, por isso um pouco de paciência é muito legal. Como eu gosto de aglomerações e daquela muvuca de turistas e transeuntes na sua modorrenta caminhada, sempre me divirto por lá.
Pode-se entrar por vários pontos, mas eu prefiro pela rua Padre Belchior de Pontes, pois gosto de levar umas balinhas de gengibre que encontro logo nas primeiras banquinhas (tem gelinho de gengibre também). Dali já subo a ladeira e posso apreciar o largo da igreja e a bucólica construção em estilo jesuítico que há no local (é também um museu de arte sacra). Sempre há artistas nesta região. Particularmente me chama a atenção uma estátua viva. É o Sabarone que representa uma escultura de barro. Recomendo contribuir para o trabalho dele. Geralmente ele estende a mão... Cumprimente-o e depois me conte o que aconteceu, rsrs...
Dali pode-se descer qualquer uma das ruas e apreciar as dezenas exposições de porcelanas, artesanato, instrumentos musicais, plantas, móveis rústicos, obras de arte, entre tantas outras coisas...
Recomendo procurar a Viela das Lavadeiras, que é linda e muito colorida, por isso também muito procurada para boas fotos... Lá vale a pena ouvir uma boa música ao vivo (sentado em algum degrau mesmo), bebericar algum drink no Empório São Pedro e fazer um click apaixonante em um portal florido...
Há também muitas opções gastronômicas para todos os gostos e bolsos, desde os self services no Largo 21 de Abril ou nas ruas dos arredores (vale a pena dar uma boa pesquisada). Qualquer dúvida procure o CAT - Centro de Atendimento ao Turista que fica no local.
Gosto de chegar e almoçar um pouco mais cedo, pois sempre sobra espaço para um delicioso chá da tarde. Sempre vou na Florbela, que além de ser um tranquilo café, também é uma loja de decoração, com muitos itens vintage e antigos...
Confesso que é difícil sair de lá e também é impossível não levar nada para casa, rsrs... Então, prepare-se e curta um domingo mágico, com muitas sensações e boas histórias para recordar.
Dá uma passadinha no Embu, vai!!!
PS.: uma das coisas que ainda me incomodam muito na feirinha é o comércio de filhotes, bem tradicional. Depois de saber coisas horríveis sobre os maus tratos de matrizes em criadouros, não consigo mais chegar nem perto dos vendedores de pets...
Ontem dei uma passadinha no Museu de Arte de São Paulo (MASP), na "mais paulista das avenidas" (amo esta chamada, rsrs) e pude conferir a mostra "Guerrilla Girls: gráfica 1985-2017".
É um coletivo feminista que busca acabar com o preconceito no mundo cultural lutando por uma maior igualdade de gênero e raça, com consequente abertura de espaços culturais (principalmente museus e galerias de arte já consolidados) para a apresentação do trabalho de mulheres, já que boa parte deles é ocupado por homens (brancos na grande maioria, ainda por cima).
São conhecidas por não mostrarem os seus rostos (prezam pelo anonimato), aparecendo em manifestações com máscaras de gorilas, pois querem que os problemas chamem mais a atenção do que as suas identidades.
A principal maneira de expor as suas ideias e denúncias é através de panfletos e cartazes que são colados desde 1985 e a exposição no MASP mostra todos eles (com tradução para o português, ao lado), finalizando com um feito para o próprio museu, ano ano passado.
Bem interessante e muito pertinente, já que o momento atual do nosso país, pede uma maior reflexão sobre questões de igualdade na exposição de ideias e do trabalho...
Recomendo e, ao passar pelos outros espaços do museu, dá para certificar das denúncias deste coletivo, com poucos artistas negros ou mulheres no protagonismo das pinturas e a maioria dos nus ou corpos expostos nas obras serem femininos...
Vai até o dia 14 de fevereiro e está no mezanino do subsolo (ou S1).
MASP
Avenida Paulista, 1578, na Bela Vista, em São Paulo (próximo à estação Trianon-MASP da linha verde do metrô)
O museu funciona de terça a domingo das 10h às 18h e na quinta fica aberto até às 20h.
Na terça a entrada é gratuita e nos outros dias o valor do ingresso é R30,00 (confiram quem tem direito à meia entrada no site do museu).
Fone: 3149-5959
Tem atividades que muitas pessoas odeiam... Uma delas é fazer compras em supermercados! Eu gosto...
Mesmo para quem não curte escolher produtos para o seu uso cotidiano, empurrando um carrinho por corredores cheios, eu recomendo dar uma chance para um local muito peculiar na cidade de São Paulo: a zona cerealista.
Quem já foi ao mercado municipal da rua da Cantareira (que todos chamam de Mercadão), já terá uma noção do que é a área que acabei de citar... Tudo o que tem no Mercadão, com preços mais acessíveis e em lojas espalhadas por três ou quatro quarteirões, na avenida Mercúrio e rua Santa Rosa (do ladinho da avenida do Estado a algumas dezenas de metros do próprio mercado municipal).
Os produtos são bem frescos (no sentido de ficar pouco tempo expostos) devido ao grande movimento nas lojas e, muitos deles, não são tão facilmente encontrados nas prateleiras dos hipermercados. Há uma grande variedade de grãos, farinhas, castanhas e frutas secas que são vendidas a granel, o que dá um caráter mais natural ao que é vendido na região.
Claro que há o inconveniente de ter sempre muita gente, principalmente naqueles estabelecimentos que praticam preços menores, mas vale a pena, não só para abastecer a despensa, mas também para passarmos boas horas, estimulando todos os sentidos (o paladar agradece, pois há o costume da "prova" em praticamente todas as lojas)... Ou seja, turismo mesmo!!!
Funciona geralmente de segunda a sexta (alguns não abrem aos sábados, principalmente os atacadistas), fechando por volta das 17h.
Não é fácil conseguir estacionar (já vi pessoas usarem o estacionamento do Museu Catavento, que é pago), por isso se não for comprar muita coisa, vale a pena ir de metrô mesmo (as estações mais próximas são a Pedro II, na linha vermelha, e São Bento na linha azul).
Como há muita similaridade entre os produtos e os preços podem variar um pouco entre os locais, vale a pena dar um giro e pesquisar preços. Ah, e também ficar ligado em ofertas (no mês passado achei uma pasta de mostarda germânica por menos de seis reais)...
E, boas compras, rsrs...
Imagino a cena...
Estúdio da Rede Globo, plateia lotada, candidatos nanicos ausentes e só os mais representativos ali enfileirados.
Willian Bonner já deixou bem claras as regras do circo e passa a palavra para Geraldo Alckmin que vai dirigir a sua pergunta a Luiz Inácio Lula da Silva.
Ululante, a claque entra em êxtase, pois sorte maior não há, já que os dois principais oponentes calharam de se enfrentar logo na primeira rodada de questionamentos!
O governador emposta a voz e desfia o rosário de acusações contra o seu adversário... Vem triplex, sítio de Atibaia, pedalinho, pensão da ex, mensalão, etc e tal.
Acabado o seu tempo, vem a réplica do ex-presidente, de maneira bem direta e informal:
- Ué, vai me dizer que você é "Santo"????
Ops, acho que santo será a palavra mais usada por todos que se dirigirem ao candidato do PSDB, rsrs...
Estou ansioso pelo que vem agora em 2018... E o Brasil vai continuar sendo Brasil.
Comecem imaginando uma situação... Não tenho nada para fazer numa terça-feira à tarde, meio nublada, quente e resolvo assistir uma partida de futebol entre times de juniores, aqui na cidade de Guarulhos, num acanhado e desconfortável estádio que possui limite de quatro mil espectadores.
Dá para ir a pé, pois é do lado da minha agência de viagens... Eu queria assistir o jogo do A. A. Flamengo, que tem sede no bairro da Tranquilidade (que ironia este nome), aqui mesmo na cidade, mas como tinha um compromisso etílico com um amigo em São Paulo, cheguei mais cedo e vi o jogo preliminar de outra agremiação guarulhense, a A. D. Guarulhos...
Copa São Paulo de Futebol Júnior, última rodada da chave das duas equipes e uma vitória dupla classificaria os dois times da cidade.
Não torço para nenhum deles. Gosto de futebol e me encanta o esforço de clubes pequenos que tentam se manter nestes tempos de "futebol empresa"...
Ao terminar a partida, com um empate injusto, já que o time de Guarulhos jogou bem melhor, desci as arquibancadas para ir embora (tinha o "compromisso etílico", lembram, rsrs) e, para minha surpresa, os portões estavam fechados pela polícia militar alegando que, se a torcida do clube da Vila das Palmeiras saísse, seria encurralada por torcedores do A. A. Flamengo... Ficamos quase meia hora "detidos" dentro do Tranquilão (alguns se referem assim ao Estádio Antônio Soares de Oliveira).
Entenderam!?!?
Duas torcidas de times pequenos que disputam a quarta divisão do campeonato paulista, que passam por dificuldades monstruosas para se manterem, tem uma rivalidade animalesca e que pode resultar em briga generalizada, se não tiver a intervenção policial... Me perguntei, é possível isso? Quantas daquelas pessoas torcem com exclusividade para estes dois pequenos times? A maioria, com certeza, torce para os grandes clubes paulistas ou do mundo, mas mesmo assim escolhem um lado para extravasar as suas frustrações... A ponto de alguns se agredirem!!!!
Tá tudo errado. Conheço pessoalmente os presidentes dos dois clubes e sei o quanto lutam para que sejam mantidos os seus respectivos times. Numa cidade de mais de um milhão e trezentos mil habitantes que sonha em ter um time com mais destaque no cenário estadual não deveria ocorrer o contrário, ou seja, uma união para alavancar as duas equipes???
Triste cenário bem comum no esporte mais popular e rentável do país... Parece que torcer, para algumas pessoas, é uma maneira de exteriorizar todas as suas frustrações através da violência verbal e física.
O futebol há tempos, já virou um esgoto para uma sociedade irascível e alienada...
Ah, e o resultado? Foi o que menos importou para mim...
Gosto destas listas tipo "os dez mais" alguma coisa. Sempre que vejo alguma matéria sobre isso, procuro afinidades. Mesmo sabendo que é muito pessoal e subjetivo, gosto... Então, resolvi fazer as minhas. Vou começar pelo cinema. Bom, como vejo filmes desde a mais tenra idade, poderia listar uns cem, mas vou tentar colocar os dez que mais mexeram comigo, que mais me impressionaram.
Quem é mais próximo de mim, sabe que não tenho uma memória muito legal para isso (inclusive, sou capaz de assistir um filme pela segunda vez, sem lembrar nada dele). Por isso, vou colocar os dez que mais me marcaram e QUE ME LEMBRO TOTALMENTE DE CENAS, MÚSICAS E DIÁLOGOS, rsrs...
Volto a repetir, sei que é subjetivo, mas vou cair nesta tentação de desagradar a muitos, rsrs.
Não hierarquizei a lista, mas tenho que começar pelo filme que mais me impressionou na vida: "Fitzcarraldo". Um alemão expressionista do diretor Werner Herzog que narra a história de um visionário germânico, fã do Caruso, que sonha em ficar rico com a exploração da borracha na Amazônia e construir um teatro de óperas em Iquitos, no Peru, nos moldes do Teatro Amazonas que fica em Manaus.
Puro realismo fantátsico... Magia na forma de filme, com um Klaus Kinski genial (e genioso também, rsrs).
O segundo que merece estar nesta lista é "Hair" que assisti também na forma de espetáculo teatral. Lançado no final da década de 70, destacando a vida de algumas pessoas de Nova Iorque durante a Guerra do Vietnã (que havia terminado alguns anos antes do seu lançamento), me marcou muito mais pelas músicas, é claro, mas, o inusitado da história mexe comigo até hoje... De Milus Forman, que recebeu muitas críticas na época pela sua adaptação da peça de mesmo nome, mas que me encantou... Todos vão lembrar de Aquarius, por isso vou colocar aqui Let the Sunshine, que no final até hoje me faz os olhos marejarem, com aquele ideal da cultura pacifista e da união...
Sigo com um brasileiro que representa o retrato da minha infância e do meu cerne. Se quer saber quem sou, assista "A Marvada Carne". Dirigido pelo André Klotzel e estrelado pela Fernanda Torres e Adilson Barros, de 1985, narra de maneira bem simples a história da fome com a vontade de comer, rsrs, ou melhor da moça que sonha em casar e de um matuto que quer comer carne de boi... Meu universo caipira, de histórias e crendices, arrolado de maneira simplória e divertida!
Inclusive, como ilustração, coloco uma cena com o Curupira... Incrível.
O quarto filme que faço questão de colocar nesta lista é outro tupiniquim: "Cidade de Deus". Não consigo explicar bem, mas sempre que o revejo, fico "meio bolado". Nem preciso escrever muito, pois ele já foi muito repetido, virou minissérie, etc e tal, mas me marcou muito, pois a temática social sempre me atraiu no cinema. De 2002, dirigido pelo Fernando Meirelles (que respeito muito) retrata a evolução do crime organizado no Rio de Janeiro, desde a década de 1960.
"O casamento silencioso" entra também nestas lembranças. Romeno, de 2008, de Horatiu Holaele, mistura humor, realismo mágico e um drama surreal... Como fazer um casamento, com música, comida farta e muita alegria, justo no período da morte de um ditador socialista sanguinário? Assista e tire as suas conclusões... Saí do Reserva Cultural, lá na Paulista, com as pernas bambas e um nó na garganta.
Outro que merece entrar nesta lista bem pessoal é o japonês "A partida", de 2009, dirigido por Yojiro Takita. Mágico, muito leve e extremamente delicado, me fez repensar todas as verdades que tinha das relações com a minha família. Com música do fantástico Joe Hisaishi, mostra a volta de um jovem músico desempregado para a sua terra natal, um emprego inusitado e a beleza dos rituais de uma cultura bem tradicional...
Como sétima lembrança, um Buster Keaton, genial ou melhor general, (trocadilho horrível, rsrs)... "A General", de 1926, mostra os dois amores de um maquinista, durante a Guerra de Secessão nos Estados Unidos. Dirigido e estrelado pelo ator norte americano que nunca sorria, rival de Chaplin e que fora criado no vaudevile do final do século XIX é para mim um dos grandes filmes deste período. Neste caso, esta película me remete muito mais às lembranças de infância onde ouvia o meu pai contar com exagero os grandes feitos do Buster Keaton como ator que mantinha a sua feição impassível, independente da cena, se trágica ou hilária e que fazia pessoalmente, sem uso de dublês, todas as passagens filmadas (nem sei se isso é verdade mesmo, rsrs). Por isso, tem que entrar como um dos filmes que mais me marcaram...
Outro brasileiro que fica fácil aqui é "Narradores de Javé", de 2004, de Eliane Café, com os geniais José Dumont, Gero Camilo e Nelson Xavier. Eu amo o cinema nacional, então daria uma lista só com ele, mas como disse logo no começo a proposta é colocar filmes que me marcaram, independente da sua qualidade ou importância histórica.
Aqui, um pária é convocado para tentar salvar a pequena Javé das águas de uma futura hidrelétrica, mas o "exímio escritor" não chega a ser uma das pessoas mais queridas da vila, não, rsrs... Asssisto milhões de vezes novamente...
Como penúltimo destaque, vem um dos irmãos Cohen, "Onde os fracos não tem vez" (2008) com a interpretação do Javier Barden de um dos serial killers que mais me impressionaram na história do cinema, Anton Chigurh. Pode ser estranho colocar este filme numa lista de títulos que mais me marcaram, mas entendam que é algo bem pessoal. Fiquei dias seguidos pensando nestes lances da psiqué e da obscura "maldade natural humana" (que não acreditava existir até ser convencido por longas conversas com o meu amigo vigário, Rodrigo Pires). Me prontifiquei a não ser mais fraco, a partir daí...
E para fechar, um chileno que me tirou o chão ao sair do cinema... Pedofilia, religiosidade, hipocrisia social são assuntos que discutimos profundamente sempre que aparecem nas rodas de conversa, mas ver tudo jogado de maneira direta na minha cara, num filme escuro e real, me deixou bem marcado... "O Clube" fez isso comigo... De 2015, do mesmo diretor de outro que estaria aqui tranquilamente (No), Pablo Larrain, mostra quatro religiosos reclusos (exilados mesmo) em uma casa bem escondida num pequeno vilarejo praiano do sul do Chile que tem suas rotinas transformadas quando chega um outro missionário para mexer nas suas feridas... Tema delicado!!!
Não tive como resistir e colocar um décimo primeiro filme, que me lembrei só agora: "Batismo de sangue"... Li o livro (do Frei Betto), por isso o filme me marcou muito... De 2007 (dirigido por Helvécio Ratton), mostra a trajetória de cinco frades que se engajaram na luta contra a ditadura militar no Brasil na década de 60. Pelos dias atuais me lembrarem tanto a trajetória do golpe, fiz questão de adicionar este "bônus track", rsrs...
Sei que entrariam outras dezenas e talvez eu até acrescente mais coisas aqui, mas concluo esta lista bem pessoal e me entrego às duras críticas dos especialistas e conhecedores da sétima arte, rsrs...