Estudo do
meio no Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (PETAR) do Colégio Companhia
de Maria (COMPA)
A distância entre o
Colégio Companhia de Maria e o Bairro da Serra em Iporanga (SP), onde está
localizado o Petar é de 340 km.
Saindo da cidade de São
Paulo o ônibus seguirá pela Rodovia Régis Bitencourt (BR-116) até o município
de Jacupiranga. Daí vamos pela SP-193, Rodovia Benedito Pascoal de França, Rodovia
Antônio Honória da Silva até a cidade de Iporanga onde pegamos a Estrada do
Ouro Grosso – Tolado do Rio, até o Bairro da Serra.
No caminho entre a
capital e o Petar podemos observar uma mudança radical da paisagem. Vamos sair
de uma área intensamente urbanizada, com intensa ocupação do espaço para outra
características bem distintas.
No caminho, inclusive,
podemos verificar obras da finalização da duplicação da BR-116, no estado de
São Paulo.
Quais as mudanças de
paisagem que mais chamam a atenção? Como flui o trânsito no pequeno trecho de
pista simples (não duplicada) na Serra do Cafezal? Como é o fluxo de veículos
que circulam pela rodovia principal? Existem muitos caminhões (transporte de
carga) na BR-116. Por que acontece este excesso de veículos pesados? Há mudança
de intensidade de fluxo nas outras rodovias depois do município de Jacupiranga?
A grande São Paulo se
destaca pela grande concentração de indústrias, comércio e de empresas de
prestação de serviços. Já no caminho do Petar, podemos notar que mudam
significativamente as atividades econômicas das cidades.
Que tipos de atividades
predominam? A agricultura é bem diversificada? Podemos comparar com outras
práticas agrícolas e produtos de outras regiões do interior paulista? Que
impactos ambientais e socioeconômicos provocam na região?
Inclusive, o Petar está
localizado em uma das áreas mais pobres do interior de São Paulo (e até mesmo
do país), conhecida como Vale do Ribeira. O seu IDH é de 0,69 considerado o
mais baixo do estado de São Paulo (só para comparar os números do Maranhão e
Alagoas, os mais baixos do país giram em torno de 0,63).
Procure pensar nas
causas e consequências dos baixos índices socioeconômicos do Vale do Ribeira? Esta
característica influenciou na ocupação e na paisagem da área? Como podemos
associá-la à grande preservação da vegetação que existe hoje na região?
Inclusive, existem um grande contínuo de Mata Atlântica preservada no Petar e
em outros parques como Intervales, da Caverna do Diabo, Carlos Botelho e da
Serra do Mar. Que impacto esta grande área de conservação natural causa na
região? Você é a favor da continuidade destas áreas? Como a aprovação da lei de
“concessão de exploração pela iniciativa privada de 25 parques estaduais” pode
afetar as áreas preservadas do nosso estado (pesquise mais sobre isso)? Mesmo
com o rígido código florestal, estes parques correm riscos? Quais as principais
ameaças? O que pode ser feito para protegê-los melhor?
Antes de chegar na
cidade Iporanga, vamos parar e conhecer a Comunidade quilombola de Ivaporunduva,
que possui cerca de 300 pessoas, localizada no município de Eldorado. Apesar de
existir, segundo relatos, desde o século XVI, só foi reconhecida como quilombo
em 1997. Quais as implicações diretas em ser uma comunidade quilombola? Como
foi formada a comunidade? Como os seus habitantes lidam com as questões
ambientais e culturais? O que mais te chamou a atenção no contato e nas
atividades desenvolvidas no quilombo? Faça uma comparação do estilo de vida da
comunidade com aquela que você e seus familiares possuem. Procure estabelecer
semelhanças e diferenças entre a forma de viver e se relacionar com as outras
pessoas (familiares, vizinhos, amigos, etc). Lembre-se que tanto você quanto
eles estão no estado mais rico do país e com toda a evolução tecnológica do
século XXI.
Já ao adentrar o
parque, dê uma boa observada no seu entorno. Que tipo de estrutura geológica e
relevo predominam na região? Quais os agentes que atuaram mais no modelamento
do relevo da região? Há uma boa estrutura para recebimento de turistas e
estudantes no Petar? Que diferenças você notou com outros parques que visitou
(mesmo na cidade de São Paulo)? Se você já teve a oportunidade de sair do país
e conhecer outras áreas de preservação, faça uma comparação entre o que você
viu aqui e no país que passou.
Existem mais de 300
cavernas, onde somente algumas delas estão abertas à visitação.
Vamos conhecer as mais
expressivas e próximas da sede. Daquelas que o nosso grupo conseguiu entrar,
você viu semelhanças físicas entre elas? Pense nas sensações que teve ao entrar
nas cavernas. Procure comparar o que sentiu, explorando todos os sentidos, com
outros lugares exóticos que tenha conhecido (ou então, procure lembrar-se do
que você imaginou que sentiria ao entrar em alguma delas). Existem experimentos
científicos de pessoas que ficaram meses isolados em uma caverna para ver a
reação do seu organismo quanto à qualidade de sono, confusão mental, desajuste
do relógio biológico entre outras coisas. Na década de 60, inclusive a própria
NASA usou este tipo de experiência para ajustar o trabalho com astronautas que
iriam para atividades espaciais (importantes inclusive, para a chegada dos
seres humanos na Lua, em 1969).
O seu grupo fez um “apagão”
dentro da caverna? Descreva a sensação da escuridão total (na zona 3) e
converse com outras pessoas sobre isso.
Agora, a formação de
grutas, cavernas ou lapas é fruto de um intenso processo de erosão e
intemperismo. E muitas delas possuem formações bem curiosas conhecidas como
espeleotemas.
Estalactites,
estalagmites, helictites, travertinos, cortinas, ninhos de pérolas, colunas,
entre tantas outras são um convite para atiçar o nosso imaginário sobre a sua
formação e composição. Tente pensar no processo que resultou na formação de
cada uma delas e depois compare com as informações passadas pelos guias e
professores... Qual é o grau de
preservação do interior das cavernas? Existem flora e fauna no seu interior?
Quais os tipos de animais que são comuns nas três zonas de iluminação de uma
caverna? Você encontrou algum deles nas grutas que adentramos?
E, lembre-se que o
elemento humano que habita o Vale e o Alto do Rio Ribeira do Iguape é um
diferencial na relação que existe entre o cultural e o natural da região.
O seu imaginário, as
histórias que sempre permearam a sua memória e o seu cotidiano, a relação com a
natureza, o passado de lutas e a indefinição do seu futuro marcam o caboclo que
vive nestas paragens.
O habitante do entorno
do Petar possui características bem distintas daquele que vive nos grandes
centros urbanos. O que ainda o mantém na região? Quais as suas carências e
riquezas? E qual a sua importância na preservação de toda esta riqueza natural
e cultural encontrada neste lugar?
Lembre-se que um estudo
do meio tem como objetivo a troca de experiências com os habitantes do local e
a sensibilização em relação ao meio natural e social encontrado.
“A verdadeira viagem de
descoberta não consiste em procurar novas paisagens, mas em ter novos olhos”
(Marcel Proust).