Este roteiro de estudo doi feito para os alunos do sexto ano do Colégio Agostiniano São José, no começo de junho deste ano.
Vamos sair de uma grande cidade que é São Paulo, uma área densamente povoada e muito urbanizada para outra menor, mas que também possui uma intensa urbanização e muita população (Santos tem mais de 400 mil habitantes, por isso considerada uma das quinze maiores cidades do nosso estado). Mas, no caminho entre as duas cidades, vamos observar uma mudança bem radical de paisagem, que deixa de ser basicamente cultural (ou social) e passa a ser predominantemente natural, com presença de uma bem preservada floresta tropical, conhecida como Mata Atlântica.
Preste atenção no relevo da região. Saímos de um PLANALTO, descemos a sua escarpa (que é bem íngreme, com um desnível de até 800 metros até o nível do mar) e vamos para uma PLANÍCIE, conhecida como “BAIXADA SANTISTA”, onde se localiza o município que vamos estudar.
Agora, pense a respeito: o relevo em questão influenciou na formação da vegetação que observamos? Você pode notar que nas áreas mais inclinadas (com maior declividade) é que a mata mostra-se mais preservada. Há coincidência nesta observação? Como o relevo mais acidentado da região ajudou na maior preservação da floresta? Em outras áreas do país a Mata Atlântica também se apresenta bem preservada? Em sua opinião, o que causou a grande destruição deste ecossistema? Que prejuízos a sua degradação pode trazer?
Chegando à planície é possível ver que há uma mudança de vegetação. Já aparecem áreas de manguezais, principalmente junto aos cursos dos rios e pequenos canais que são abundantes no local. Você acha que o mangue está tão bem preservado e protegido quanto a Mata Atlântica na encosta da Serra do Mar? Que tipo de problemas ambientais e econômicos a retirada dos manguezais pode trazer?
Na metade do século XX, os engenheiros de uma companhia canadense, conhecida como Light também aproveitaram a grande declividade do relevo para construir uma usina hidrelétrica na Baixada Santista, a partir da captação de água de uma represa construída no planalto (na região metropolitana de São Paulo, que é levada até a parte de baixo por tubulações (um aqueduto). A represa de Guaramiranga e a Usina de Henry Borden, funcionam para este fim até hoje. Toda esta estrutura foi planejada para abastecer o complexo portuário de Santos.
A região que vamos concentrar os nossos estudos e observações é uma das mais antigas do Brasil. São Vicente, vizinha de Santos (as suas duas áreas urbanas se confundem parecendo uma cidade só, processo que em geografia chamamos de CONURBAÇÃO) se orgulha de ser considerado o primeiro povoado do nosso país, criado por volta de 1532. O povoado de Santos, localizado na mesma ilha (sim, as duas cidades tem a maior parte da sua área em uma ilha, conhecida como Ilha de São Vicente) provavelmente, tenha sido estabelecido pouco tempo depois. Na primeira metade do século XVI, a ilha era conhecida como Goaió, que na língua tupi guarani significa “lugar de fornecimento de provisões”, mostrando já a aptidão econômica daquele lugar, que abrigava um pequeno porto onde os viajantes encontravam índios amistosos onde trocavam mercadorias por mantimentos.
Observe as
imagens a seguir. A primeira foi feita pelo pintor, professor e historiador
paulista Benedito Calixto, que viveu parte da sua vida na cidade de Santos e a
segunda é uma foto bem recente. Faça uma comparação entre elas e a paisagem que
você vê do alto do Monte Serrat. Quais mudanças são mais evidentes? Há
semelhanças entre alguns pontos delas e o que vemos atualmente no local? Em que
pontos a cidade cresceu mais no século XIX e como foi a ocupação das outras
áreas no século XX? As atividades econômicas e os tipos de construção são os
mesmos nos dois períodos? Existem pontos de baixa ocupação (vazios
demográficos)? Qual área possui atualmente melhores condições sociais.
ATENÇÃO: sempre use como base de comparação as “duas Santos”, que conseguimos visualizar e distinguir no alto dos mirantes do Monte Serrat: de um lado o centro histórico e porto e do outro lado a orla das suas praias.
ATENÇÃO: sempre use como base de comparação as “duas Santos”, que conseguimos visualizar e distinguir no alto dos mirantes do Monte Serrat: de um lado o centro histórico e porto e do outro lado a orla das suas praias.
Há também no local um sistema muito antigo de transporte, que são dois ascensores ou bondinhos que funcionam simultaneamente. O que faz eles se moverem? Por que a força de um deles depende da ação do outro? Onde podemos ver um sistema parecido?
Em um
passeio rápido pelo centro histórico da cidade, tanto a pé como em bondinhos
elétricos muito antigos que correm sobre trilhos (é importante perceber que o
sistema deste meio de transporte é diferente do anterior, na subida do monte)
dá para notar a grande quantidade de prédios do final do século XIX e início do
século XX, época que a cidade cresceu muito, estimulada pelo transporte do café
até o seu porto para posterior exportação.
Compare o centro histórico de
Santos com o bairro da sua escola. Há muitos edifícios antigos no bairro do
Belenzinho? Por que eles existem até hoje em Santos e já não são tão comuns no
bairro que moramos? Qual é a importância da sua preservação? Como está o seu
estado de conservação? Você concorda com a manutenção destas áreas ou prefere
que elas sejam substituídas por edifícios mais novos?
Há em Santos
também um pequeno oceanário, que mostra a diversidade da vida marinha e
fluvial, com muitas espécies da fauna aquática de várias partes do mundo.
Apesar dos animais estarem distantes do seu habitat natural, no Aquário
Municipal de Santos há uma tentativa de reconstituir as características
principais de algumas destas áreas. Um olhar atento pode nos levar a viajar por
estes ambientes exóticos e por suas espécies de rara beleza.
Daí,
sempre vem à mente algumas indagações: quais os principais riscos que estes
ambientes (marinhos e fluviais) estão correndo atualmente? Como podemos
preservá-los? Qual é a sua importância? Como as atividades econômicas de uma
grande cidade como São Paulo influenciam na preservação de rios e mares? Quais
as atividades do nosso dia-a-dia que contribuem com a sua degradação e como um
aluno do sexto ano (de onze anos) pode contribuir para melhorar a conservação
da natureza?
Um
passeio de ônibus pela orla das praias do Embaré e Gonzaga também revelam um
fato curioso da cidade de Santos: muitos dos seus edifícios não estão com o
prumo correto, ou seja, estão um pouco inclinados. O que provocou este tipo de
situação? Há riscos de desabamento? O que a geologia da região tem a ver com
isso? Você já ouviu falar de algum lugar do mundo que ocorreu algo semelhante?
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