Via Franca

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sexta-feira, 22 de outubro de 2010

"Metrópolis" ao ar livre



Inicia-se, hoje, dia 22, a 34ª Mostra de Cinema de São Paulo.
Além dos filmes inéditos, a Mostra também terá exibição de clássicos com cópias restauradas. Uma delas é o filme "Metropolis" (1927), do austríaco Fritz Lang.
Exibido pela primeira vez no Festival de Berlim, em janeiro, o filme traz 25 minutos de cenas inéditas (que foram encontradas na Argentina) e será apresentado a céu aberto no próximo dia 24, no gramado do auditório do Parque do Ibirapuera, às 20h. A exibição será acompanhada da Orquestra Jazz Sinfônica.
É uma ficção científica e foi a produção mais cara produzida na Europa (na sua época, é claro).

Enredo:
O enredo é ambientado no século XXI, numa grande cidade governada autocraticamente por um poderoso empresário. Os seus colaboradores constituem a classe privilegiada, vivendo num jardim idílico, como Freder, único herdeiro do dirigente de Metropolis.
Os trabalhadores, ao contrário, são escravizados pelas máquinas, e condenados a viver e trabalhar em galerias no subsolo. Num meio de miséria entre os operários, uma jovem, Maria, destaca-se, exortando os trabalhadores a se organizarem para reivindicar seus direitos através de um escolhido que virá para os representar.
Através de cenas de forte expressão visual, com o recurso a efeitos especiais, algumas se tornaram clássicas, como a panorâmica da cidade com os seus veículos voadores e passagens suspensas. Alusões bíblicas, mistério, ação e romance, completam o leque que envolve o público e o mantém em suspense até ao final.
À época, Metropolis impressionou tanto Hitler que, quando ele chegou ao poder, solicitou ao Ministro Goebbels que abordasse Lang, convidando-o a fazer filmes para o partido nazista. Enquanto Thea Von Harbou, sua esposa à época, mergulhou no projeto, Lang evadiu-se para Paris, onde chegou a produzir filmes de conteúdo antinazista, viajando posteriormente para os Estados Unidos, país onde faleceu.
A obra demonstra uma preocupação crítica com a mecanização da vida industrial nos grandes centros urbanos, questionando a importância do sentimento humano, perdido no processo. Como pano de fundo, a valorização da cultura, expressa no filme através da tecnologia e, principalmente, da arquitectura. O ponto alto do filme e grande mote é, sem dúvida, o final - onde a metáfora "O mediador entre a cabeça e as mãos deve ser o coração!" se concretiza no simbólico aperto de mão mediado por Freder entre Grot (líder dos trabalhadores) e Jon Fredersen - o empresário.

Serviço:
Local: gramado em frente ao Auditório do Parque do Ibirapuera
Dia: 24 de Outubro de 2010 (domingo)
Horários: 18h30 (o filme será projetado às 20h)
Duração: 200 minutos (aproximadamente)
Ingressos: GRATUITO. Plateia Externa do Auditório
Gênero: Cinema + música instrumental
Classificação Indicativa: livre para todos os públicos

Programação:
20h - Exibição do filme "Metropolis", de Fritz Lang. Acompanhamento musical: Jazz Sinfônica, regência de João Mauricio Galindo.
Abertura - 18h30: Orquestra Furiosa do Auditório - OFA.

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