Via Franca

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domingo, 12 de janeiro de 2020

Franz Weissmann no Itaú Cultural


As férias escolares ainda estão rolando, então o grande barato é explorar a multicultural Sampa City (inclusive, saiu nesta semana que a cidade é o segundo destino mais procurado por viajantes no mundo)...
Uma dica muito legal é o Itaú Cultural que fica no comecinho da Paulista, na esquina do Sesc, próximo da Casa das Rosas. Além de ter um café bem descolado, sempre acontecem exposições e intervenções culturais bem diferentes.
Uma das que visitei foi a do austríaco radicado no Brasil, Franz Weissmann... Eu sempre curti as suas esculturas em grandes dimensões, localizadas em calçadas e parques de diversas cidades do país, como Rio de Janeiro e São Paulo (como não amar a "Flor Tropical" lá do Memorial da América Latina). Inclusive, é um dos artistas de esculturas mais facilmente reconhecíveis por mim (mesmo status do Brennand), trabalhando a dureza e a resistência do aço de forma leve e equilibrada (as peças, esculturas imensas, parecem flutuar, apoiadas em apenas três pontos). João Cabral de Melo Neto chegou a escrever "Poema é coisa de ver, é coisa sobre o espaço, como se vê um Franz Weissmann, como não se ouve um quadrado"... É mais ou menos por aí, rsrs.
Considero uma experiência única circundar as suas obras, muitas delas coloridas, com tons bem marcantes, denotando um estado de espírito do artista, que modificam-se na medida que o olhar as contempla de ângulos diferentes. Um vazio que nos impressiona, ao mesmo tempo que hipnotiza a geometria torcida de muitas das suas formas.
São três andares com fotos, objetos, projetos, maquetes (amoooo) e, claro, um belo conjunto de peças escolhido com muita sensibilidade pela curadoria.

O Itaú Cultural fica na Avenida Paulista, 149 (próximo ao Metrô Brigadeiro, da Linha Verde) e funciona de terça a domingo das 9h às 20h (nos finais de semana abre às 11h). Gratuito...
Vai até o dia 09 de fevereiro.










quarta-feira, 6 de abril de 2016

Exposição "Territórios: artistas afrodescendentes no acervo da Pinacoteca"


Desde dezembro no prédio da Estação Pinacoteca (aquele anexo maravilhoso que abriga parte do acervo da Pinacoteca de São Paulo) acontece a exposição "Territórios: artistas afrodescendentes no acervo da Pinacoteca". Fica até o dia 17 de abril.
Vale a pena dar uma conferida e se impressionar com a riqueza produzida por artistas fantásticos, desde o século XVIII até os dia atuais (todos os trabalhos pertencem ao acervo da Pinacoteca).
Ela está organizada em três partes distintas, que não se relacionam em termos estéticos, mas sem contudo ser impossível buscar uma relação entra elas... Logo que descer do elevador, no quarto andar do prédio, procure começar pela sala localizada do lado esquerdo (esta recomendação é dada pela própria curadoria) onde está a parte mais contemporânea da mostra, denominada "Matrizes Contemporâneas", com instalações geniais de Rommulo Vieira Conceição (obra "Estrutura dissipativa/Gangorra), a sobreposição de tecidos do Brasil e África do Jaime Lauriano (denominada Êxodo), a genial "Parede de Memória" de Rosana Paulino, onde vários patuás que vistos de longe parece um tecido único.
Na próxima sala (chamada de "Matrizes Europeias", com muitos exemplos da arte acadêmica dos séculos XIX e XX), você será recepcionado por duas esculturas do mestre Valentim (Valentim da Fonseca e Silva, mineiro que viveu e produziu obras fantásticas na cidade do Rio de Janeiro, nos séculos XVII e XVIII). Vendo as suas peças em bronze, não consigo entender como é ainda desconhecido pela maioria dos brasileiros (que deste contexto histórico só se recordam do também genial Aleijadinho). Há também obras do Miguelzinho Dutra com os seus retratos de paisagem, como a "Vista da Cidade de Itu" (de 1851), Arthur Timótheo da Costa, com o seu autorretrato, pintado em 1908 e adicionado ao acervo da Pinacoteca somente em 1956 (é a primeira obra de um artista negro a integrá-lo, já na década de 50).
Por fim , na última sala aprecem as "Matrizes Africanas", onde a simbologia impera, em obras mágicas e muito lindas... Rubem Valentim, Octávio Araújo e o importante Emanoel Araújo (primeiro diretor negro da Pinacoteca e criador do Museu Afro Brasil do Ibirapuera) mostram a beleza da sua produção.
Vale a visita!!!!
É sublime!!!!

Servico:
Exposição "Territórios: artistas afrodescendentes no acervo da Pinacoteca"
Local: Estação Pinacoteca (Largo General Osório, 66, na Luz) - Metrô Luz
De quarta a segunda das 10h às 18h (ingresso: R$ 6,00)
Até o domingo dia 17 de abril de 2016