Em tempos como os nossos sempre é legal divulgar algumas ações bem pontuais que acontecem nos grotões de uma metrópole como São Paulo. Como temos uma área territorial muito grande e muitos milhões de habitantes, muitas ações que acontecem em bairros específicos, centrais ou periféricos, não conseguem chegar até o público em geral... Assim, cabe a alguns divulgarem tais acontecimentos.
Uma destas ações a que me refiro é a 1ª Corrida pela Memória em homenagem à Virgílio Gomes da Silva, considerado o primeiro desaparecido político da Ditadura Militar em São Paulo.
A corrida acontecerá no dia 09 de outubro, neste próximo domingo e terá início às 6h30 na Rua Virgílio Gomes da Silva, na Zona Norte de São Paulo e o trajeto foi idealizado pelo seu filho Gregório Gomes da Silva seguindo por 27 Km até o cemitério Vila Formosa II, no sugestivo espaço existente no local, intitulado "Prá não dizer que eu não falei das flores", criado pelo SFMSP (Serviço Funerário do Município de São Paulo), em 2016.
Seguem mais informações, retiradas ipsis literis do informativo do SFMSP...
1ª Corrida em homenagem a Virgilio Gomes da Silva acontece neste domingo (09 de outubro)
Neste domingo (9), ocorre a 1º Corrida pela Memória “Virgílio Gomes da Silva”, em homenagem ao militante homônimo, assassinado por agentes do DOI-CODI/SP, a 29 de setembro 1969. O trajeto foi idealizado por seu próprio filho, Gregório Gomes da Silva, e terá início às 6h30 na Rua Virgílio Gomes da Silva, Zona Norte. O grupo seguirá em direção ao cemitério Vila Formosa II. Para encerrar, será feita uma homenagem em memória dos mortos e desaparecidos durante os anos de chumbo que assolaram o País.
Durante o percurso – serão aproximadamente 27 km de corrida – os participantes passarão por pontos marcantes na vida de Virgílio, desde uma antiga fábrica da Antártica em que ele trabalhava até a Rua Duque de Caxias, local em que foi seqüestrado por agentes da Operação Bandeirantes e morto sem a chance de prestar depoimento. O objetivo dessa atividade é a de recuperar a memória individual, da figura que representou para os amigos e para os parentes, e também um trabalho de recuperar a memória coletiva.
“A impressão é que fica uma lacuna. São anos tentando juntar as pequenas peças de um quebra-cabeça que vamos montando, todos juntos, para compreender o que se passou, para compor não só as minhas memórias, mas a memória coletiva do país”, comenta o filho de Virgilio Gomes.
O final do trajeto será no Cemitério Vila Formosa II, local apontado como última residência de Virgílio, embora seus restos mortais não tenham sido encontrados. Lá, os participantes se encontrarão com a viúva de Virgílio, a senhora Ilda Martins da Silva, que acompanhará a homenagem feita pelo filho e por amigos ao companheiro em um jardim de memórias, criado em 2016 pelo Serviço Funerário do Município de São Paulo (SFMSP), intitulado “Pra não dizer que não falei das flores”.
Memória
Virgílio Gomes da Silva é considerado o primeiro desaparecido político da ditadura militar. Nasceu no Rio Grande do Norte e foi para São Paulo na busca de melhores condições de vida. Após inúmeros trabalhos , entra, em 1957, na empresa Nitroquímica, como operário. Local em que conhece a sua futura companheira Ilda Martins da Silva. À época, filia-se ao Partido Comunista Brasileiro (PCB) e começa atuar no movimento sindical, liderando greves.
Depois, em 1967, une-se à Aliança Libertadora Nacional (ALN), chegando a ser o segundo da organização, ficando abaixo apenas de Carlos Marighella. No dia 29 de setembro de 1969 é preso pela Operação Bandeirante (Oban), em São Paulo, vindo a falecer no mesmo dia, como apontado no documento de 8 de outubro do mesmo ano. O documento só veio à tona no ano de 2004, o qual apontava as escoriações sofridas em seu corpo, após 12 horas de tortura.
Pra não dizer que não falei das flores
Em março de 2016, o Serviço Funerário do Município de São Paulo (SFMSP) inaugurou o jardim “Pra não dizer que não falei das flores”, em homenagem aos militantes Virgílio Gomes da Silva e Sérgio Roberto Corrêa, bem como demais militantes políticos desaparecidos e mortos durante o regime militar. Essa ação é um marco na memória do local onde foram realizadas as buscas por esses desaparecidos, vítimas dos anos do período militar que assolou o país, ressignificando o cemitério como parque de memória e vida.
Serviço:
Onde
Largada: Rua Virgilio Gomes da Silva, Jardim Elisa Maria, Zona Norte de São Paulo.
Chegada: Jardim "Pra não dizer que não falei de flores" Cemitério Vila Formosa II, Vila Formosa, Zona Leste de São Paulo.
Quando
Domingo, dia 9 de outubro.
Tenho de me inscrever?
Não há necessidade de inscrição.
Mais informações na página do evento: https://www.facebook.com/ events/188036504940025/
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