"A Besta", no Teatro Gazeta

Assisti ao lado da minha esposa, no sábado passado, mais uma boa comédia encenada pelo Hugo Possolo, mas em um teatro e com um público diferente daquele que frequenta o Espaço Parlapatões, lá na Praça Roosevelt.
Achei o texto com os seus diálogos rimados bem interessante, lembrando mesmo as situações encontradas na obra do francês Molière (inclusive a própria ambientação a remete à ela), fato que não é coincidência, pois o "mestre da comédia satírica" é a fonte inspiradora para a peça (até o personagem Elomire, representa um anagrama do nome de Molière).
Mais uma vez, o Possolo com o seu jeito peculiar de falar, a boa interpretação e o improviso de muitas situações (aparecem muitos "cacos" divertidos) fez a plateia gargalhar. Mas, ainda assim, volto a repetir que ele funciona melhor para uma plateia menor e mais acostumada com a linguagem clown dos Parlapatões, no seu espaço original (estou dando risada agora, pois me lembrei do parecer que eles dão a respeito da figura do crítico, na peça, rsrs).
Dirigida pelo Alexandre Reinecke, um expert em comédias (algumas feitas para o grande público, de "riso fácil", mas sempre com grande sucesso), "A Besta" reúne outros grandes da cena teatral de outrora, como o fantástico Ari França e a impagável Iara Jamra.
Vale a pena conferir, mas é bom lembrar que tem vários monólogos inseridos no texto, que por um lado dão a chance de conferirmos a genialidade dos atores, mas podem cansar uma plateia pouco afeita a este tipo de encenação.

Resumo
Inspirada em Molière e sua trupe, a farsa é ambientada na França, em 1654, na propriedade de uma Princesa (Priscila Fantin), a patrocinadora da companhia de teatro. A história fala do conflito entre dois homens: Elomire (Celso Frateschi), o diretor da companhia, artista sério e respeitado; e Augusto Valério (Hugo Possolo), um comediante popular, canastrão e vaidoso. Ocorre que Valério caiu nas graças da Princesa patrocinadora e ela insiste para que ele passe a integrar a trupe.
Apesar de Elomire rejeitar furiosamente a ideia de incorporar Valério, a companhia é obrigada a encenar uma de suas peças, o que vai gerar uma transformação no futuro de seus artistas.

Serviço:

A BESTA
Teatro Gazeta (650 lugares)
Avenida Paulista, 900 – Térreo - Informações: 3253.4102
Bilheteria: de terça a quinta, das 14h às 20h. Sexta a domingo das 14h até o horário do espetáculo. Aceita cartões de débito e dinheiro. Cartão de crédito somente pelo site ou telefone. Estacionamento: convênio com MultiPark (Rua São Carlos do Pinhal, 303 – subsolo do teatro). R$ 20 por 3h.
Vendas: www.teatrogazeta.com.br e 4003.1527
Sextas às 21h | Sábados e Domingos às 20h
Ingressos: Sextas R$ 50 | Sábados e Domingos R$ 60
Duração: 90 minutos
Recomendação: 12 anos
Até 17 de agosto