Via Franca

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quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Lauda e Hunt, em "Rush - No Limite da Emoção"


Ontem fui assistir o filme "Rush - No Limite da Emoção", que narra a rivalidade entre os pilotos de Fórmula 1, o austríaco Niki Lauda e o inglês James Hunt (ambos campeões mundiais).
A película mostra desde um pseudo encontro entre ambos na F3 (que nunca aconteceu de fato), até o título mundial do campeonato de Fórmula 1 de 1976 (ano em que o piloto da Áustria sofreu o acidente que deixou marcas até hoje).
Era a época do automobilismo romântico e muito perigoso, característica da década de 70, período que sempre havia mortes e graves acidentes em muitas corridas (pelo menos dois pilotos morriam por temporada).
Eu sempre acompanhei as corridas, desde muito pequeno, e confesso que não vi a temporada em questão, mas como fui um fiel espectador a partir do final da década de 70 e por todas as décadas de 80 e 90, fiquei muito emocionado com o filme.
Vi rivalidades parecidas, com Piquet/Mansell e Prost/Senna, pilotos sempre com características ligadas à sua maneira agressiva e arrojada de conduzir os bólidos.
Lauda, o matemático, calculista e magnífico piloto era uma figura oposta ao descontraído, galã e fanfarrão Hunt (rapidíssimo, por sinal), fato que criou uma atmosfera de romance no filme, mas que foi bem real (claro que há alguns trechos que predomina uma certa "licença poética", alterando alguns fatos, mas que não compromete a realidade).
Ver uma prova de F1 hoje, com toda a tecnologia dos carros não se compara com o que era acompanhar os campeonatos das décadas de 70 e 80 (eles atingiam quase 300 km/h, já naquele período), o que faz muitas pessoas colocarem os pilotos atuais em um patamar inferior aos daquele período. Fato que eu discordo, pois um Vettel, um Alonso ou o próprio Michael Schumacher seriam super competitivos em qualquer fase da história das "corridas de carro" (em qualquer categoria).
Foi legal também ver referências ao Fittipaldi ("Fuckpaldi" para os chefes da equipe McLaren), quando este deixou o carro vice campeão da temporada de 1975 (e campeão em 74) para tentar um projeto ousadíssimo de correr por uma equipe fundada junto com seu irmão Wilson, a brasileiríssima Coopersúcar, fato, inclusive, que abriu a vaga para a contratação do James Hunt pela escuderia inglesa, em 76.
Li uma entrevista do Emerson no portal do Globo Esporte, sobre o que mais o impressionou no filme (ele curtiu muito o que viu na telona) e reproduzo aqui uma parte dela:
"A cena que mais me pegou foi quando o Niki estava morrendo, porque lembro que o Enzo Ferrari me ligou à meia noite, no hospital. O meu médico saiu de uma reunião com o médico do Niki e me disse: “Ele vai morrer porque está intoxicado, não consegue mais respirar, a pleura do pulmão queimou”. Eu estava chocado, do lado do quarto do Niki, quando o Comendador Ferrari me disse: “Você quer guiar já na próxima corrida? Estamos prontos”. E o Niki ali, morrendo. Esse é o mundo ingrato da Fórmula 1. Fico emocionado – confessa o bicampeão mundial." (Emerson Fittipaldi para o globoesporte.com)
Vale a pena conferir este excelente retrato do glamouroso mundo da Fórmula 1, que muitas vezes esconde os seus bastidores, dirigido pelo estadounidense Ron Howard, que fez entre outras coisas, "Cocoon", "Apollo 13" e "A Beautiful Mind" (Oscar de melhor diretor).
Traz no elenco Chris Hemsworth (James Hunt) e Daniel Brühl (Niki Lauda).
Eu assistiria novamente...

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