Hoje, 28 de novembro, a minha terra natal, Franca, que fica no nordeste do estado de São Paulo, faz aniversário, completando 194 anos...
Apesar de ter sido bem acolhido e amparado por São Paulo e Guarulhos, Franca ainda é a minha cidade, que saí aos 20 anos, buscando novos horizontes para meu crescimento profissional e cultural. A minha viagem de saída do "arraial do capim mimoso" durou seis horas no ônibus da Cometa, mas a minha "viagem de retorno" já dura 28 anos...
Como todo francano, tenho muito orgulho da minha terra. Lembro-me que sempre dizia a quem me perguntava sobre ela, a sua importância como "capital do calçado", "capital do basquete brasileiro", terra do bom café e dos diamantes. Daí, as pessoas balançavam a cabeça positivamente, soltavam um "ahh, legal" e eu me sentia super bem em ter divulgado mais uma vez a minha cidade, rsrs.
Já, hoje, este município de quase 350 mil habitantes, é reconhecido por outras razões, entre elas ostentar excelentes índices de qualidade de vida. Entre os 5.500 municípios brasileiros, a cidade está na 52ª posição de qualidade de vida, segundo pesquisa feita pela UFRJ, que utilizou dados de mobilidade urbana, serviços coletivos urbanos, infraestrutura, condições ambientais e habitacionais.
Em relação ao saneamento básico, Franca ocupa a 1ª colocação pelo quarto ano consecutivo entre todos os municípios brasileiros, segundo o Instituto Trata Brasil, com 100% de tratamento de água, esgoto e coleta de lixo (que orgulho)...
Outra pesquisa feita apenas com os 100 municípios mais populosos do país pela Macroplan, que listou as melhores cidades do Brasil para se viver, Franca obteve a 5ª colocação.
Está em 1º lugar no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), com o melhor ensino municpal do estado de São paulo e o 3º melhor do país, se destacando também em escolaridade e longevidade de estudo entre as demais regiões administrativas do estado de São Paulo.
E, segundo o IBGE, a nossa cidade é a que apresenta a segunda menor taxa de homicídios do Brasil, com 5,3 para cada 100 mil habitantes.
Apesar destes índices maravilhosos, a Franca que ainda está na minha cabeça é aquela da infância e adolescência, vividos na Vila Nova, em uma pequena casa construída no terreno dos meus avós...
Uma infância generosa e muito feliz, com missas na igreja de São Judas Tadeu, onde eu era coroinha e cantava no coral, brincadeiras na rua pavimentada com blocos de cimento, futebolzinho nos campinhos de terra, pescarias nos córregos dos fundos do bairro, medo das figuras folclóricas da cidade como o Dé, o Telefone, o Capadão e o Geraldo pelotão... Estudar no Barão, ir nos bailinhos da AEC, nadar no Castelinho e nas piscinas do CPP (sou filho de professora), fazer natação no tio Zezão e judô no Clube dos Bagres, frequentar o cine Santo Antônio na estação, comer um JK (o nosso prato local), jogar basquete e sonhar, sonhar e sonhar...
Amo a minha cidade... A minha família continua lá... E eu sempre serei um francano, muito orgulhoso de tudo que vivi e aprendi na minha terra.
Sou francano.
Parabéns e obrigado por tudo... Ainda nos reencontraremos definitivamente (não só em visitas rápidas e furtivas)
PS.: o nosso maior símbolo histórico, o relógio de Sol, construído em 1886 pelo frei Germano D'Annecy, foi destruído pela queda de uma árvore em 2017, mas há promessas de restauração... Aguardo com ansiedade, por isso escolhi uma imagem dele para ilustrar esta postagem.