A Caverna do Diabo (ou Gruta
da Tapagem) está localizada no município de Eldorado (SP) distante 311 km do
Colégio Mater Amabilis, em Guarulhos.
Eldorado é um dos municípios
do Vale do Ribeira, uma das regiões de maior preservação natural do nosso
estado, mas em contrapartida uma das mais carentes de recursos econômicos e
sociais. Os seus municípios possuem índices de desenvolvimento humano inferior
à média do estado de São Paulo.
Cortada pela bacia
hidrográfica do Rio Ribeira do Iguape, apresenta um longo trecho de preservação
de Mata Atlântica (cujo nome
é Floresta Ombrófila Densa Submontana e Montana), principalmente pela presença
de importantes parques estaduais que atuam contra a destruição deste importante
bioma. Cerca de 20% deste tipo de vegetação que ainda resiste no nosso país
está nesta região (lembre-se que muitos estudiosos colocam que só restam 7% de
Mata Atlântica no Brasil).
Um destes parques é o Parque
Estadual da Caverna do Diabo com mais de 40.000 hectares de extensão, que junto
com outras 13 unidades, constitui o Mosaico de Conservação do Jacupiranga,
responsável pela proteção de diversas espécies de flora e fauna, ameaçadas de
extinção, entre elas a onça-pintada.
O Vale do Ribeira também é
conhecido pela grande quantidade de cavernas (só em outro parque, o PETAR, tem
mais de 300 delas) e também pela presença de comunidades quilombolas. O que
você sabe sobre o período de escravidão na história brasileira? Por que muitos
escravos foram para o Vale do Ribeira? Qual é a importância da preservação da
sua cultura e dos seus costumes?
Nós vamos sair da maior região
metropolitana do Brasil (a Grande São Paulo, onde se localiza o município de
Guarulhos) e atravessar trechos de estrada (a principal delas é a Rodovia Régis
Bitencourt ou BR 116) com poucas cidades pelo caminho, até chegar em uma região
de baixíssima densidade populacional. O Vale do Ribeira possui a menor média de
habitantes por quilômetro quadrado do estado de São Paulo. Inclusive, tem
cidades pequenas em municípios muito grandes (procure saber a diferença entre
cidade e município).
Nesta observação do caminho
entre Guarulhos e Eldorado procure identificar a mudança da paisagem de uma grande
cidade (paisagem social) para uma paisagem com predominância de elementos
naturais.
Identifique também o tipo de
agricultura mais comum na região que vamos visitar. Qual é produto agrícola (o
cultivo de uma fruta muito conhecida e saboreada por nós) que aparece mais no
lugar que estamos visitando? Por que predomina este tipo de cultivo? Quais as
características do clima da região que o favorece?
Também já foi citado que vamos
encontrar uma grande área de preservação natural. Por que no Vale do Ribeira há
uma preservação muito maior da floresta se comparado a outras áreas do estado
de São Paulo? Mesmo com a presença das unidades de conservação há riscos para a
vegetação? Quais são os principais problemas enfrentados pelas comunidades e
pelos ambientes naturais do vale?
Chegando no parque, você vai
notar que estamos no meio de uma grande área de conservação. Você conseguiria
listar a importância dela para o nosso país? Entrando na trilha você notou
diferenças de temperatura e umidade em relação ao lugar que moramos? Que planta
chamou mais a sua atenção? Por quê?
Os monitores/guias do parque
que nos acompanharão dentro da caverna são todos criados e vivem na região do
Vale do Ribeira. A maneira de falar, as expressões usadas e até o seu sotaque
são diferentes daquele que encontramos no lugar que vivemos. Há uma beleza
nesse jeito diferente de se referir às coisas que vamos ver. Eles nos cativam
pela sua simplicidade e sabedoria. Inclusive, boa parte do que vamos aprender
sobre a caverna e também sobre a região vem do seu conhecimento. Que tipos de
expressões usadas e faladas por eles te chamaram mais a atenção? Que exemplos
você tem de diferentes sotaques no nosso país?
A Caverna do Diabo possui mais
de 8.000 metros de extensão e é considerada a maior do estado de São Paulo. Nós,
turistas e estudantes, podemos conhecer um pouco mais de 600 metros dela, mas
mesmo assim ficamos deslumbrados com a beleza dos seus salões (que parecem mais
igrejas barrocas) e com a incrível forma dos seus espeleotemas.
Dentro dela, procure explicar
porque muitas colunas (um tipo bem comum de espeleotema) estão desniveladas,
como foram formadas as estalactites e estalagmites, que alterações foram
provocadas pelos seres humanos no seu interior e se há exemplos de depredação
nas suas formações.
Compare também com alguma
caverna que você já conheceu (pode ser até aquela com “água quentinha” no Sítio
do Carroção, rsrs). Explique que sensações você teve ao adentrar as suas
galerias. Sentiu calor, frio, medo? Lá dentro teve algum cheiro que te chamou a
atenção? Que diferenças você percebeu nos três níveis (ou zonas) da caverna?
Viu algum animal (inseto ou mamífero) no interior dela? Qual formação te chamou
mais a atenção? Você acha que a caverna tem formação recente ou é bem antiga,
geologicamente? Por quê?
Nesta visita podemos entender
também a diferença entre os processos de erosão e intemperismo. Você consegue
diferenciá-los?
De fato, é uma atividade única
e muito rica em sensações e conhecimento. Com certeza, após adentrar um
ambiente cavernícola, você vai voltar com outra visão à respeito da importância
da preservação ambiental e do nosso cotidiano, em uma cidade grande cercada de
tecnologia e até mesmo conforto. Mas, apesar de tudo isso que temos no nosso
dia-a-dia, ainda podemos verificar que a qualidade de vida não pode ser medida
por estes itens, mas também devemos agregar condições melhores de meio ambiente
(ar, água e vegetação) para conseguirmos chegar a um nível satisfatório de
vida. Como espaços naturais são cada vez menores no lugar que moramos, devemos
preservar o que ainda resta e tentar recuperar parte do já foi destruído. E
também manter aqueles “paraísos naturais” como a Caverna do Diabo, da maneira
que os encontramos.
Para finalizar, conte ao seu
professor e a outras pessoas também, qual foi a lenda que mais te chamou a
atenção sobre a Caverna do Diabo ou sobre a origem do seu nome.
E, se a visita foi uma experiência
positiva, vá além, procure conhecer outras grutas do Vale do Ribeira e de
outros estados (Bahia, Goiás e Minas Gerais tem cavernas lindíssimas também) ou
então aguarde o oitavo ano, pois iremos passar três dias visitando o Parque
Estadual Turístico do Alto Ribeira (PETAR).